O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista à Rede Globo na noite de ontem, 12, que a dubiedade do discurso oficial no combate à pandemia do coronavírus leva o brasileiro a não saber se segue o que diz o ministro ou o que diz o presidente da república. “Não há ninguém contra ou a favor de nada, o nosso inimigo, nosso adversário, é o coronavírus”.
Também neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro foi na contramão do ministro em uma live com religiosos em que declarou que “parece que está começando a ir embora essa questão do vírus, mas está chegando e batendo forte a questão do desemprego”. Na quinta-feira, 9, ignorando as recomendações de isolamento, Bolsonaro parou numa padaria de Brasília, tirou fotos e cumprimentou apoiadores, depois de tomar um lanche.
Na entrevista no Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, Mandetta resumiu sua situação pessoal de uma forma simples e clara: “Se eu estou ministro da Saúde, eu estou ministro da Saúde por obra de nomeação do presidente”. Durante todo o domingo especulou-se em Brasília quem será o substituto do ministro, que seria demitido hoje, 13.
“Sabemos desde o início, quando fizemos as projeções, que a primeira quinzena de abril, seria a quinzena em que aumentaríamos (os casos e mortes) e que os meses de maio e junho seriam os meses de maior estresse para o nosso sistema de saúde”, disse o ministro à televisão, concluindo que o cenário não será outro, independentemente de quem esteja na Saúde.
“Sabemos que serão dias duros, seja conosco ou seja com qualquer outra pessoa. Achamos que nós teremos, no mês de maio, no mês de junho, em algumas regiões em julho,que o dias muito duros”.