Por Pipa Vieira, Thaissa Guedes e Silvana Bahia.

A Manifestação contra as remoções das favelas em frente à Prefeitura do Rio de janeiro, na manhã desta sexta-feira, foi regada a muita indignação por parte dos moradores e descaso dos governantes. A população está revoltada com a atitude da Prefeitura que quer remover os moradores de suas casas antes mesmo de um laudo de condenação da área emitido pela GEIO-RIO.

 Estiveram presentes diversas frentes das comunidades e associações: CAMTRA – Casa da Mulher Trabalhadora; FIST- Frente Internacionalista dos Sem Teto; MTD – Movimento dos Trabalhadores Desempregados; MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas; MNLM- Movimento Nacional pela Luta na Moradia; MST- Movimento dos Sem Terra;TV ROC- Rocinha;  CAMFAST – Centro de Apoio a Moradores de Favelas de Santa Teresa; Círculo Palmarino Rio; Fundação Bento Rubião; os deputados federais Chico Alencar e Marcelo Freixo, além dos presidentes e representantes  de várias associações de moradores, Rocinha, Fogueteiro, Tabajaras, Prazeres, Julio Ottoni, Comunidade Vila Elza.

De acordo com a moradora do Tabajaras, Vera Morena, não houve casos de desabamentos  na comunidade e mesmo assim a Defesa Civil deu um laudo afirmando que as casas estão localizadas em  áreas de risco, sendo que a GEO-RIO não esteve no local, e os moradores estão para ser removidos. A maior reivindicação desses cidadãos é que o prefeito cumpra a Lei Lom – Lei Orgânica Municipal.

O Governo do Estado, em parceria com o Federal, vai destinar R$ 270 milhões de reais para acabar com o alagamento da Praça da Bandeira onde ninguém morreu durante as fortes chuvas que atingiram o Rio no começo de abril, porém  para as áreas mais afetadas, com dezenas mortos e desabrigados eles ainda não anunciaram o valor da ajuda. Para as obras nos bolsões na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio, não se sabe ainda quanto será destinado, mas o presidente da GEO-RIO  afirmou que a obra sairá, não importando o custo.

Será que as pessoas que perderam tudo, suas famílias, suas casas são menos importantes para a cidade? O que as autoridades estão esperando para resolver logo a situação desses moradores que são tão cidadãos quanto os moradores da Lagoa? São questões que estão causando indignação e revolta.  Segundo os moradores, a prefeitura já tem um contrato assinado com empresas de engenharia para iniciar remoção.

A cobertura da manifestação foi feita por veículos alternativos como a ANF, agência de notícias das favelas e TV ROC, da Rocinha. O foco das autoridades reflete a discriminação que é feita todos os dias aos moradores de comunidades carentes, manifestada inclusive pelo desinteresse da grande mídia em cobrir e divulgar uma manifestação com esse cunho político, onde o pobre é a verdadeira vítima. “A favela não faz parte do Rio de janeiro ela é o Rio de Janeiro”, afirma Elisabeth Araújo, do MLB. Na próxima terça-feira, dia 4, o prefeito Eduardo Paes se encontrará com uma comissão formada por oito membros escolhidos para serem os representantes de diversas comunidades engajadas nessa luta.