Terça-feira, 28 de Julho, às 10 h, o Museu de Arte do Rio – MAR inaugura a exposição e para marcar a abertura, o artista se junta aos curadores em uma conversa de galeria aberta ao público, às 11h.
O Museu de Arte do Rio – MAR, sob a gestão do Instituto Odeon, apresenta Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a África. Em cartaz a partir de 28 de julho, a exposição traz cerca de 200 obras que convidam o visitante a uma imersão na trajetória artística de Rossini e evidenciam a pluralidade de sua obra com gravuras, pinturas, esculturas, fotografias e objetos. Marcelo Campos, um dos curadores da mostra, explica que Rossini é um artista que atuou nos momentos mais importantes da gravura no Brasil, atravessando o impacto do concretismo e utilizando a geometrização da forma como sintoma de contemporaneidade.
Rossini Perez foi um dos principais responsáveis por difundir a prática da gravura no Rio de Janeiro e no mundo. Seu diálogo com o espaço urbano começa no início dos anos 50, mas sua passagem pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM, quando as oficinas de gravura foram implantadas antes da inauguração do museu, o coloca no centro das discussões sobre a ampliação do vocabulário moderno e a implementação da abstração. No MAM, auxiliou artistas como Edith Behring e Johnny Friedlander, e trabalhou ao lado de nomes como Anna Bella Geiger e Thereza Miranda, que também estarão representadas na exposição.
Já na década de 1970, o artista é convidado pelo ministro das relações exteriores do Brasil a ensinar a técnica no Senegal. Na África, Rossini ensina os artistas locais uma nova representação da arte voltada para suas origens e acaba influenciado pela descoberta de um novo mundo de cores, imagens e da sociedade africana, além de objetos de ourivesaria e elementos diversos que passam a incorporar seu vocabulário plástico. Sua sofisticada representação do continente foge do óbvio com trabalhos inspirados em penteados, novelos, nós retorcidos e contorções da matéria. “Sua experiência na África, com o ensino da gravura, singularizam sua produção que passa a aceitar a cor com vivacidade, agora observando feiras livres, padronagens etnicas, penteados, refazendo um laço histórico entre Brasil e África”, afirma Marcelo Campos.
Paralelamente ao trabalho com a gravura, o artista foi testemunha da destruição e remodelação do Rio de Janeiro, registrando construções que desapareceram da paisagem carioca, como o Palácio Monroe, originalmente projetado para ser o pavilhão do Brasil na Exposição Universal de 1904, em Saint-Louis (EUA), e destruído em 1976, na ditadura militar. Rossini exercia a observação ao mesmo tempo como antropólogo e arquivista, fotografando metodicamente e deixando impressões em cadernos de anotação, colecionando móveis, azulejos e espelhos que, exibidos na exposição, transformam o visitante em espectador das transformações ocorridas na cidade.
Paulo Herkenhoff é o Diretor Cultural do MAR e Rossini Perez, entre o Morro da Saúde e a África tem curadoria assinada por Maria de Lourdes Parreiras Horta, Marcelo Campos e Marcia Mello. A exposição abre ao público em 28 de julho e permanece em cartaz no MAR até 25 de outubro. Para marcar a inauguração, no dia 28, às 11h acontece uma Conversa de Galeria com a presença do artista e dos curadores.
Ingresso: R$ 8 I R$ 4 (meia-entrada) – pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).
Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até cinco anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo. Às terças-feiras a entrada é gratuita para o público geral. Aos domingos a entrada é gratuita para portadores do Passaporte de Museus Cariocas que ainda não tiverem o carimbo do MAR. No último domingo do mês, o museu tem entrada gratuita para todos por meio do projeto Domingo no MAR.
De terça a domingo, das 10h às 17h. Às segundas o museu fecha ao público.
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro.