Unindo intervenção urbana, o documentário provoca o debate sobre a interculturalidade do Maracatu, preservação, memória cultural e racismo.
O documentário “Maracatu Nação Pici: 18 anos de manifestação relacional com a cidade de Fortaleza”, registra a história do primeiro Maracatu surgido dentro de uma escola municipal em Fortaleza, a Adroaldo Teixeira, no Planalto Pici, e será lançado no próximo dia 31 de agosto, de forma online e com tradução em libras.
A obra faz parte de um projeto que une também intervenção artística para provocar a reflexão sobre preservação e memória das culturas tradicionais, além de lançar luz sobre a existência do racismo. O documentário foi dirigido e criado pelo pesquisador Caio Cesar Lima Vidal, com coordenação do artista, pesquisador e professor Herbert Rolim,
A criação do grupo Nação Pici aconteceu em 2003 e tem suas raízes no trabalho sociocultural, lançando luz a temas importantes sobre tradições, respeito e cultura. Para Caio a realização do projeto “foi uma forma de homenagear e tangibilizar o Maracatu e seus integrantes”, disse.
O documentário se apresenta em quatro partes, conforme conceito de registro dos bens culturais de natureza imaterial que é feito em quatro livros: dos saberes: trazendo a criação do grupo, originada dentro de uma escola municipal; das celebrações: com os ritos e as celebridades, e sua cadência na avenida; das formas de expressão: representada no figurino numa perspectiva de patrimônio “material”, e os espaços que preservam a memória do Maracatu na cidade e dos lugares: traz a trajetória histórica do Maracatu cearense com falas importantes de pesquisadores do Núcleo de Africanidades Brasileiras do Grupo Meio Fio de Ação e Pesquisa, vinculado ao programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, cuja coordenação é de Herbert Rolim.
Além de documentar o Maracatu, Caio apresenta uma intervenção importante que faz pensar sobre como as pessoas e a cidade se relacionam com seus bens imateriais. Cada participante e pesquisador do Grupo Meio Fio foi convidado a fazer uma provocação em forma de arte, intervindo em diversos espaços da cidade.
As obras estão na Exposição Rotas Transaarianas cujo propósito é relacionar o “ Maracatu às rotas transaarianas que cruzaram o deserto do Saara e consolidaram o comércio escravagista no mundo” conta Caio.
A exposição está aberta ao público até o dia 30 de outubro e tem entrada gratuita. As visitas precisam ser agendadas através do e-mail meiofiopesquisaeacao@gmail.com ou pelo whatsapp (85) 992072834.
~ No Ceará, as organizações das diferentes Nações de Maracatu tiveram início em meados de 1800. Essa manifestação se tornou um símbolo da cultura afro-brasileira no Nordeste. Congrega elementos da memória, identidade, religiosidade e formação de um povo. O projeto que envolve o documentário foi realizado através do Edital de Cultura Tradicional Popular da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Fortaleza 2021-2022, com apoio do Edital Nº 1/2021 PRPI/REITORIA-IFCE (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC IFCE/CNPQ/FUNCAP).
Dia 30 de agosto de 2022 nas redes sociais: Instagram; @meiofiopesquisaeacao. Youtube,: IFCE/Fortaleza , Meio fio de Pesquisa e Ação e Nação Pici.
Exposição Rotas Transaarianas, até 30 de outubro, na sede do Grupo Meio Fio de Ação e Pesquisa, Rua Humberto de Campos, 936, São João do Tauape. Somente com agendamento através do e-mail meiofiopesquisaeacao@gmail.com ou whatsapp (85) 992072834
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