Entre os dias 28 e 30 de novembro, Maragogipe, no recôncavo baiano, será palco da 1ª edição do Recôncavo Afro Festival (RAF). O evento itinerante promove três dias de programação gratuita, com atrações que destacam a riqueza cultural da cidade e da região, incluindo apresentações da Orquestra Popular de Maragogipe e Os Mascarados, tradição carnavalesca centenária reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.
Antes de chegar a Maragogipe, o Recôncavo Afro Festival passou pelas cidades de Cachoeira e São Félix, dois importantes marcos históricos e culturais do recôncavo baiano. Nessas localidades, promoveu um encontro enriquecedor entre artistas, comunidades e tradições, reforçando a importância da preservação e valorização da identidade regional. A passagem por essas cidades preparou o terreno para a edição em Maragogipe, ampliando o alcance do festival e criando uma rede de conexão entre diferentes expressões culturais do território.
A realização do RAF em Maragogipe ressalta a importância de eventos culturais em cidades do recôncavo baiano, uma região rica em história e diversidade, mas ainda pouco explorada como destino turístico e cultural. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que apenas 25% dos municípios baianos têm eventos culturais de alcance regional, tornando o festival uma iniciativa crucial para ampliar a visibilidade e o impacto econômico da cultura local.
Em 2023, a Bahia recebeu cerca de 7 milhões de turistas, dos quais mais de 60% visitaram localidades com forte apelo cultural, como o recôncavo baiano, confirmando o impacto positivo de iniciativas que valorizam as raízes afro-brasileiras e tradicionais
A cidade, conhecida por seu legado histórico e festivo, abriga uma das mais emblemáticas tradições do carnaval baiano: Os Mascarados de Maragogipe. Popularmente chamados de “Caretas”, esses personagens anônimos, vestidos com fantasias coloridas e máscaras, desfilam pelas ruas em uma celebração que remonta ao século XIX, simbolizando irreverência e resistência cultural. Desde 2009, a manifestação é protegida pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
Para a coordenadora-geral do RAF, Luciana Brasil, a chegada do festival ao município é mais do que uma celebração artística: é uma oportunidade de fortalecer os laços entre os fazedores de cultura locais. “Maragogipe tem uma história singular e um povo que mantém vivas tradições únicas. Queremos homenagear essa cultura tão especial, promovendo um encontro que valoriza suas raízes e conecta artistas de todo o recôncavo”, destaca.
Além de promover a troca cultural entre artistas e comunidades, o evento reforça o potencial do município como um polo cultural e turístico. A cidade, com sua arquitetura colonial e eventos tradicionais, representa um importante elo entre o passado e o presente, mostrando como o recôncavo baiano é uma fonte inesgotável de inspiração e resistência cultural.
O festival é uma iniciativa da Odé Produções e Ayabá Produtora Criativa e Audiovisual, com patrocínio da Nubank, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Com apoio da Prefeitura de Maragogipe e do Governo da Bahia, a programação inclui artes visuais, audiovisual, música instrumental e dança, além de feiras e mostras cinematográficas como o premiado Café com Canela, de Glenda Nicácio.
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