Com o alto índice de casos subnotificados nas favelas do Rio de Janeiro, quatro moradores da Rocinha resolveram se juntar e criar o “Opina Rocinha”. Através de um formulário do Google os moradores da favela dizem como definem o período da pandemia e respondem questões sobre moradia, situação financeira e saúde física e mental. A palavra “medo”, para os 729 moradores que responderam à pesquisa, é a que define o período da pandemia.
“Acreditamos que é muito importante que eles obtenham informações verídicas, principalmente dentro da comunidade, onde há bastante pessoas em estado de vulnerabilidade”, disse Leandro Dantas um dos idealizadores do projeto.
Cada resposta do formulário é encaminhada para o banco de dados do “Opina”, onde são feitos análises e cálculos estatísticos para as informações que serão expostas em gráficos e indicadores no Painel Informativo online. No Painel também são identificados os dados oficiais da prefeitura, sempre defasados em relação à realidade da favela.
Segundo Leandro, a ideia surgiu porque ele, Arthur Dantas, Gustavo Sabino e IsaÍas Tenório são entusiastas na ciência de dados e sentem prazer em ajudar a favela onde vivem. “Pensamos, então, em elaborar um painel informativo o mais objetivo possível, com dados retirados dos formulários, para que todos entendam as informações”, completou.
Até o momento, 729 moradores de 225 residências responderam à pesquisa e, destes, 43% precisam de auxílio psicológico. Em 67 das 225 casas não vivem pessoas com renda fixa e em 95 os moradores não receberam o auxílio emergencial prometido pelo governo. O painel indica ainda que o principal grupo de risco identificado nas residências foi o de hipertensos, seguido dos que sofrem de doenças respiratórias.
De acordo com o Painel da Prefeitura do Rio foram confirmados, até o momento na Rocinha, 265 casos do Covid-19, desses 206 recuperados, 57 mortes e dois casos que estão ativos. Caso seja morador da Rocinha acesse o formulário do “Opina Rocinha” aqui. Para ver o Painel Informativo clique aqui.