As favelas do Arará, Mangueira, Tuiuti, Barreira do Vasco e Mandela amanheceram ocupadas por quase três mil homens das Forças Armadas em uma megaoperação de repressão ao tráfico de drogas. A ação assustou os moradores que saíam para trabalhar e estudar. Rogério 157, procurado desde setembro após os confrontos na Rocinha que levaram o Exército a ocupar a comunidade, foi preso no Arará.
Violência, medo e até inflação: a rotina difícil de quem vive na Rocinha
Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Civil e Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Militar (Core) usam táticas de guerra em uma operação que, desde as 5h da manhã, busca prender suspeitos de tráfico de entorpecentes. Segundo a Secretaria de Segurança, o patrulhamento está centrado no entorno das favelas e “pontos estratégicos”. Na Mangueira, há militares da área do Candê até a Quadra. Eles também estão nas entradas de São Cristóvão. Helicópteros civis não podem circular pelo espaço aéreo da região.
Nas redes sociais, moradores das cinco comunidades da operação de hoje se mostram surpresos e preocupados. O uso de tanques e armamento pesado também impressiona.
Os efeitos colaterais da presença das Forças Armadas nas favelas
Forças militares patrulham o entorno do Chapadão
Desde julho, o Governo Federal faz uso do dispositivo constitucional GLO (Garantia de Lei e da Ordem) no Rio. A primeira operação aconteceu em julho, no Complexo do Chapadão, para reprimir o roubo de cargas. O pacote de iniciativas de repressão coloca 8.500 soldados nas ruas da cidade até o fim do ano, numa das ações mais longas de uso das forças militares na função de polícia. Uma edição extraordinária do Diário Oficial foi publicada com o decreto presidencial assinado por Michel Temer.
Operações do tipo já aconteceram também no Complexo do Lins e no Jacarezinho.
Prisão do líder do tráfico de drogas da Rocinha
Rogério 157, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas na Rocinha, foi preso na manhã de hoje na Favela do Arará. Ele era o traficante mais procurado no Rio hoje. As buscas por seu paradeiro começaram em setembro e levaram a uma verdadeira caçada por parte dos agentes de segurança do Estado, envolvendo diversas favelas. Boatos afirmavam que ele poderia estar abrigado no Morro de São Carlos e no Complexo da Maré, o que motivou diversas operações nessas áreas.
Neste momento, 157 presta depoimento na Cidade da Polícia.