Em 2022, as editoras registraram R$4,1 bilhões de faturamento nas vendas ao mercado, o que representa queda acumulada de 40%, em termos reais (descontada a inflação do período) desde 2006. Os números constam na série histórica da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData.
O relatório considera o desempenho real das editoras nos últimos 17 anos em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais). Em 2022, último ano da série histórica, o mercado editorial registrou retração real no faturamento de 3%, na comparação com 2021, quando consideradas apenas as vendas das editoras ao mercado.
O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, afirmou que o setor esperava que o cenário econômico já estivesse mais favorável no ano passado. “Nós começamos 2022 empolgados principalmente com a recuperação dos Didáticos na volta às aulas presenciais e isso levantou os números no primeiro semestre. No entanto, mesmo com certo distanciamento, a pandemia ainda pesou muito nos resultados. Em seguida veio a elevação da inflação e a perda do poder de compra do consumidor, que deixou o resultado parecido com a inflação”, detalha.
“Os resultados mostrados pela série histórica reafirmam que o vigor do mercado continua acompanhando o cenário macroeconômico do Brasil”, destaca.
Para a presidente da CBL, Sevani Matos, a pesquisa mostra a retração do mercado editorial nos últimos 17 anos, refletindo também a queda da base de leitores no Brasil, como já adiantou a pesquisa Retratos da Leitura, lançada em 2020.
“É muito difícil esperar um mercado saudável e pujante em um país que perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores. Observamos que esse resultado é reflexo da falta de políticas públicas e de ações para a formação de leitores no país. Iniciativas de incentivo à leitura são essenciais tanto para o fortalecimento do mercado, como para o crescimento do nosso país”, afirma.
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