Pouco mais de um mês dos primeiros infectados em diversas regiões, já foram totalizadas 33.682 pessoas com Covid-19, 2.141 mortes e 14.026 recuperados até o momento, segundo o boletim de hoje, 17, do Ministério da Saúde. Com isso, o Brasil ocupa o 11º lugar no ranking mundial da pandemia.
O Sudeste concentra a maior incidência, com 17.224, ou 56,6% dos casos da doença, seguido pelo Nordeste, com 6.508 e Sul, com 2.486 de acordo com o boletim epidemiológico COE.
Estados do Nordeste foram os primeiros a elaborar medidas contingenciais na tentativa de frear o aceleramento do contágio e evitar o que unidades de saúde entrem em colapso, no entanto, os índices de contágio não param de subir. O Ceará lidera com 2.386 confirmações, seguido por Pernambuco, com 1.683. A Bahia tem 1059 casos confirmados, com 36 mortes. Em Salvador as mortes somam 18.
Recife concentra maior parte quantidade de casos. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, todos os bairros da capital têm ao menos 1 caso. O que antes atingia apenas algumas áreas nobres da cidade começa a se alastrar pelas periferias e comunidades da região.
Tiago Feitosa, doutor em Saúde Pública pela Fiocruz, explica o porquê do vírus se espalhar rapidamente, mesmo com as medidas emergenciais que vêm sendo tomadas: “O coronavírus é um vírus novo que temos a possibilidade de contrair através da infecção pela Covid19, por não termos imunidade contra ele”.
Tiago diz que é provável que o número de infectados aumente cada vez mais e de forma acelerada tanto em Pernambuco quanto em outras regiões do país: “Não é fácil de estacionar. Esses números tendem a subir cada vez mais, até o momento que a maioria da população tenha sido contaminada. Então, é aí ele começará a diminuir”.
Mesmo chegando ao fim do primeiro mês de isolamento social a doença viral está longe de entrar na curva de achatamento. “O pico deve ocorrer em meados de maio a junho. Temos um cenário muito ruim para os próximos dias.”
Além da população, os mais prejudicados vem sendo os que trabalham na área da saúde. Nos últimos dias foram confirmados mais de 400 profissionais contaminados. Em coletiva de imprensa o Secretário da Saúde, André Longo, afirmou que eles terão prioridade na testagem da doença.
Até o momento 160 óbitos foram registrados e 86 recuperados. A taxa de mortalidade é de 1,67 a cada 100 mil habitantes.
“Além da crise sanitária a qual estamos vulneráveis, existe uma crise política em que temos um governo federal com uma condução dúbia do problema. De um lado, o Ministério da Saúde tocando o trabalho, por outro, o presidente da república desmerecendo e desmoralizando a equipe do ministério. O que se torna um agravante para a situação” conclui Tiago Feitosa.
Mesmo com a criação de novos leitos de enfermaria, unidades de terapia intensiva (UTIs) e reabertura de antigos hospitais, a recomendação é que a população permaneça em isolamento social. Além de sempre manter as recomendações de higiene determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).