Os limites impostos pela lei que criou o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores afetados pela crise do coronavírus e a centralização da execução do programa impedem o acesso de milhões de pessoas ao benefício, segundo um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo.
Eles calculam que 32 milhões de trabalhadores ameaçados de perder emprego e renda com a paralisia da atividade econômica não terão como receber o dinheiro, porque têm vínculo formal com o trabalho, ou por causa das restrições da lei, que limita os pagamentos a dois beneficiários por domicílio.
Para o grupo, o governo preferiu manter controle sobre a concessão do benefício para evitar dificuldades que teria ao tentar coordenar outros atores —e para não ter que dividir com governadores e prefeitos os benefícios políticos que o presidente Jair Bolsonaro poderá colher com a distribuição do auxílio.
O grupo responsável pelo estudo faz parte da Rede de Pesquisa Solidária, que reúne pesquisadores da USP e outras instituições públicas e privadas.