Completados três anodo assassinato de João Pedro durante operação policial no Rio de Janeiro, em 2020, a mãe e o pai do adolescente estiveram no Ministério da Igualdade Racial e receberam pleno apoio do órgão para as demandas de ação por justiça.

Rafaela Matos e Neilton Costa foram atendidos e entregaram petições por justiça que somam mais de 6 milhões de assinaturas. Os pedidos tratam da justiça e reparação pelas mortes dos garotos negros João Pedro e também Miguel Otávio, morto ao cair de um prédio em Recife (PE) quando estava sob os cuidados de Sari Corte Real, que era empregadora da mãe do garoto.

No mesmo dia da reunião, o Ministério da Igualdade Racial lançou, no Ceará, a Caravana Juventude Negra Viva, um movimento de escuta popular que percorrerá todos os estados do país como etapa de construção do Plano Juventude Negra Viva. Um dos principais focos do plano é a redução da letalidade entre jovens negros de todo o Brasil.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, pessoas negras representaram 77,6% das vítimas de homicídio doloso. O programa também abrangerá as áreas de segurança pública e acesso à justiça; geração de trabalho, emprego e renda; educação; democratização do acesso à cultura e à ciência e tecnologia; promoção da saúde e garantia do direito à cidade.

Pedido de socorro ao Ministério 

“Estamos aqui para pedir socorro, pedir ajuda nessa missão por justiça. O Brasil, o mundo e minha família merecem resposta. São mais de três milhões de pessoas que também querem justiça pelo meu filho João Pedro”, enfatizou o pai.

A secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial se solidarizou com as famílias e destacou que o estado brasileiro deve desculpas, não apenas pela morte de João Pedro e Miguel, mas por todas as crianças e adolescentes vítimas de violência e assassinato.

“São três anos sem a presença física do meu filho, hoje não é um dia fácil. Estamos clamando por justiça, pois nós perdemos o direito à vida. O direito à vida do nosso filho foi violado pelo estado”, lamentou a mãe de João Pedro.

Ações do ministério

O Ministério da Igualdade Racial se colocou à disposição das lutas das famílias e se prontificou a atuar não apenas nos eixos de reparação, memória e justiça, que vêm sendo desenvolvidos pelo MIR em outras agendas, mas também em acelerar debates sobre a criação de um fundo que possibilite apoio psicossocial às famílias vítimas de violência.

Ao final do encontro, Neilton Costa agradeceu o apoio do Ministério e revelou a satisfação em ver um órgão do governo formado por mulheres negras, que também vieram da favela. “Dá uma satisfação em ver pessoas como vocês no poder. Pessoas que lutam pela nossa causa, pelo nosso povo preto. Pessoas que sabem o que a gente tá falando”.

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