O principal problema do ministério está fora da pauta da reunião desta sexta-feira, 6, em Brasília porque não é questão de conflito entre dois ou mais ministros acerca de determinado tema. O pretexto da primeira reunião ministerial são as divergências entre Rui Costa e Carlos Lupi de um lado e José Múcio e Flávio Dino de outro, mas a pedra no sapato de Lula foi ele mesmo quem escolheu e botou lá: é a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, aliás Daniela do Waguinho.
As ligações de Daniela, eleita deputada federal pelo União Brasil com mais de 200 mil votos na Baixada Fluminense (a mais votada do estado do Rio), graças ao marido Waguinho, prefeito de Belfort Roxo, cujo Departamento de Ordem Urbana está sob a responsabilidade de Juracy Alves Prudêncio, o Jura, miliciano condenado por homicídio. É a mesma pessoa que aparece numa foto ao lado da candidata na campanha: “A gente tira foto com muita gente em campanha” justificou Daniela, e emendou: “Tenho apoio do presidente e do ministro da Justiça”.
“Até aqui nenhuma repercussão, nenhuma materialidade concreta sobre nada que crie nenhum tipo de desconforto até o momento. Se surgirem coisas novas, aí é outra história. Mas, até aqui, não tem nada que provoque nenhum tipo de desconforto não” — disse Rui Costa, antes da posse da nova ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Daniela do Waguinho também prestigiou a posse no Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
O caso Daniela é típico do estado do Rio de Janeiro e envolve muito mais gente indiretamente do que parece à primeira vista. O União Brasil resulta da fusão do PSL que elegeu Jair Bolsonaro com o Democratas. Se o presidente Lula deixar como está para ver como é que fica não resolverá o problema e ainda poderá criar mais constrangimento para o deputado Marcelo Freixo, que acaba de entrar no PT e agora está na presidência da Embratur, sob o alto comando da ministra do Turismo.
É confusão das boas, facilmente evitável se a equipe de Lula tivesse alertado para a proximidade de Daniela da milícia que uma vez jurou de morte o deputado estadual Marcelo Freixo por conduzir investigação na Assembleia Legislativa sobre o estado paralelo que só cresceu de lá para cá.
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