O cheiro de tinta e o barulho das latas pelas ruas já dava uma palhinha: a Vila Operária, em Duque de Caxias, foi inundada por cores no último domingo (11), durante a 10ª edição do Meeting Of Favela – MOF 2016. Com foco no grafite e pela primeira vez realizado com patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado, o evento abriu espaço também para DJs, MCs, b-boys, marcas de streetwear, teatro e fanfarra.
“É gratificante trabalhar e ver isso tudo acontecer. Teve que passar 10 anos para a gente conseguir um patrocínio. A partir disso, queremos trazer melhorias não só para o evento, mas para toda a favela”, ressalta o grafiteiro e um dos organizadores do MOF André Kajaman. O resultado já era visível desde o começo: a geração de renda para o comércio local, que deixou bares cheios, alguns até com o freezer vazio.
A integrante do coletivo Afrografiteiras Viviane Laprovita chegou ao Meeting Of Favela há três anos para fotografar e filmar. Desde o ano passado, deixa também sua marca nos muros da favela. “Acho que é uma troca cultural incrível. Vem gente do mundo todo para a Vila Operária”, descreve Viviane. Este contato com a comunidade ajuda a reforçar a autoestima local e a identidade. “A vizinha da casa onde eu estava pintando o muro pediu pra colocar o nome dela no meu desenho. Era uma mulher negra, que ela disse ser igual a ela própria”, resume.