Projeto gratuito é promovido por professor de educação física na comunidade São Marcos.
Gustavo Mesquita – “ aquele que acredita”. Esta é a forma que Gustavo, professor de Educação Física costuma se apresentar. Pra Gustavo “ acreditar é o primeiro passo para a gente realizar qualquer coisa”. E é assim, acreditando na mudança por um mundo melhor, que o professor, de 38 anos, contribui voluntariamente para uma qualidade de vida melhor dos moradores do bairro de São Marcos, promovendo gratuitamente aulas de educação física.
Os encontros acontecem aos sábados, das 7h às 8h, ao ar livre, na praça São Marcos. Durante as atividades, por meio de materiais básicos como bambolê, bola, cone, entre outros, os alunos praticam todas as valências físicas possíveis, excitando agilidade, força e atenção. “Exercendo diversas funções, atividade funcional do nosso dia a dia, a gente busca fortalecer os músculos para que durante a semana o corpo responda bem” declara o professor. Além dos exercícios físicos são intercaladas dinâmicas de grupo para que os alunos estejam inseridos um com o outro.
As aulas são praticadas por alunos de todas as idades. Para a pequena Jeane Mesquita de oito anos, as aulas fazem ela se sentir bem. “Me sinto mais disposta pra brincar, pra estudar, pra tudo. ” A aluna veterana do projeto, a senhora Maria dos Santos, de 63 anos, após o termino de cada aula fica na espera ansiosa pelo próximo sábado. “ Desde quando comecei a participar dessas aulas me sinto mais disposta, mais feliz. Eu ainda faço caminhada a semana toda com muita energia,” afirmou.
A atividade que é fruto do projeto Mova-se para Saúde que tem como objetivo contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas, evitando o sedentarismo, irá completar quatro anos este ano e já beneficiou cerca de 500 alunos. O projeto não tem apoio financeiro. Os alunos chamam a atenção desta necessidade.
Para dona Terezinha da Silva, “ é uma satisfação muito grande participar. É maravilhoso o movimento das aulas, mas eu sinto falta para o professor é de uma ajuda, um apoio financeiro para continuar esse projeto aqui. Nós não temos condições de ajudar financeiramente, ele merece essa ajuda porque ele faz tudo sozinho, é um projeto bonito.” Desabafou.
Gustavo, pai de dois filhos, além de formado em educação física, é concursado na área de saúde mental, e tira do próprio salário dinheiro para a manutenção do projeto. Para Gustavo, apesar das dificuldades em custear tudo só, realizar o projeto é uma satisfação, uma forma também de devolver a comunidade que o ajudou muito na sua formação profissional.
“Eu participei de projeto social na fundação cidade mãe, que me deu conhecimento básico de cidadania, após alguns anos retornei e fui professor de teatro nesta instituição. Já tive alguns grupos de teatro no bairro, já teve diversas coisas que pude obter da comunidade que contribuíram para minha formação. Acho válido está devolvendo.” Ressaltou.
Muitos dos alunos não têm condições de pagar academia e encontram nessa atividade não só a parte física, mas também a parte psicológica, emocional, encontram os amigos.