O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) promoveu de 12 a 14 de janeiro, em Jacobina, a terceira edição do Festival de Sementes Crioulas da Bahia e Feira da Agrobiodiversidade.
Islândia Bezerra, presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e Marciano Toledo, militante do MPA que compõe o GT Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) participaram do debate sobre o contexto da fome no Brasil e o papel da agroecologia;
Com o tema “Cultivando Sementes: Por soberania alimentar no enfrentamento a fome”, a programação do evento abordou: a fome e o desmonte das políticas públicas que garantem a alimentação soberana, o alimento limpo e a qualidade de vida dos pequenos agricultores no campo. Além das atividades culturais como a Banda de Pífano de Itiúba, as oficinas debateram a produção de biofertilizantes, a seleção e armazenamento de sementes crioulas, o recaatingamento e a vermicompostagem.
Camponesas e camponeses , indígenas e quilombolas levaram suas sementes e produtos para debater estratégias de luta para garantir direitos para produzir alimentos saudáveis e construir políticas públicas para a soberania alimentar na Bahia e no Brasil. Maria Abade (Mara), lider do Quilombo Engenho da Ponte , em Cachoeira participou de umas das mesas de debate. “É muito bom está na marcha pela soberania alimentar”, afirmou.
Para os organizadores o objetivo é compartilhar saberes e troca de experiências entre camponesas e camponeses sobre as sementes crioulas destacando sua importância no processo produção de alimentos agroecológicos, na garantia da vida e no enfrentamento à fome.
As sementes crioulas são as sementes originais, produzidas pela terra e guardadas e reproduzidas desde a ancestralidade. Numa visão mais ampla são todas as formas de reprodução de vida que possibilite a vida, inclusive dos polinizadores, dos animais e dos microorganismos que também são importantes na garantia da alimentação saudável.