Fui ver o histórico das minhas humildes mas sinceras contribuições aqui no site e constatei o alto índice de leitura dos textos sobre assuntos aflitivos do cotidiano, sobretudo da favela, a maldição da Lei Áurea.
Sim, porque escravos libertos não eram livres senão para continuarem escravos, e os incomodados se mudassem para as fraldas dos morros. E sobrevivessem no país branco que importava hordas de imigrantes poloneses, alemães, suíços, armênios, espanhóis, italianos e outros brancos racistas europeus.
Naquele tempo nasceram as favelas e a política de embranquecimento da raça – acreditavam ser possível clarear o brasileiro àquela altura da história exemplo pronto e acabado do que estudiosos classificavam como “melting pot”, caldeirão de raças congraçadas no país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.
Graças àquele pensamento eugenista, ainda no nosso tempo sombrio e nublado o vice-presidente exibe o neto como produto do embranquecimento da raça. Stop!
Deixemos de lado essa e outras mazelas porque são do gosto dos leitores e hoje tenho vontade de contrariar, só para ver se melhoro meu ibope através de amenidades, talvez algum pensamento poético ou filosófico, tipo “Sê como o sândalo, que perfuma o machado que o fere” – conhece esse? É das antigas…Mas tem uns versos imortais do Cartola, escritos aos 67 anos: “As rosas não falam/simplesmente as rosas exalam/o perfume que roubam de ti”.
Esses ganham disparado do dito judaico-cristão da árvore e do machado – em dias de correntão e serra elétrica, isso é coisa da família Sauro.
Mas de novo fujo do assunto; ou antes me escondo atrás da desculpa de que “não tem outra coisa pra falar”, “o país tá uma merda”, blá-blá-blá…Tá certo que é isso mesmo, mas o escriba de qualidade tem de saber sobressair para ter leitores. É tarefa árdua, porém exequível, como tenho tentado provar aqui.
Ai, meu Deus, permita-me falar de coisas agradáveis, por exemplo a escalada do Flamengo no Campeonato Brasileiro. É o melhor time do país, treinado pelo português mais inteligente que aportou por aqui, e está anos-luz adiante desse futebolzinho tacanho de Felipe Melo e companhia bela.
Em boa hora Jorge Jesus chegou ao Brasil, para dar ao time de maior torcida o título que não ganha desde a década passada. Porque de 2010 pra cá o Fluminense ganhou dois. Stop!