“As mulheres não passam de “beldades” na cultura masculina para que essa cultura possa continuar sendo masculina. Quando as mulheres na cultura demonstram personalidade, elas não são desejáveis, em contraste com a imagem desejável da ingênuidade sem malícia”. Com a palavra Naomi Wolf, autora do best-seller “O Mito da Beleza”. A ideologia da beleza é imposta às mulheres desde os primórdios da sociedade até os dias atuais.
O mito da beleza oprime e machuca, transforma as mulheres em rivais. A única luta que importa é a luta pelo padrão de beleza que se torna cada dia mais inatingível. As mulheres são postas a todo momento à mercê da cultura de uma sociedade masculina, no qual os papéis femininos se baseiam no culto à aparência. Branca, magra, de cabelo liso, maquiada, suas qualidades são definidas por sua aparência, não por sua personalidade.
Contudo, todas as mulheres se encontram oprimidas por tais padrões, mesmo que em diferentes níveis. A opressão da mulher “padrão” continua a ser opressão, ao mesmo tempo em que a opressão da mulher “fora do padrão” finca suas raízes na solidão. O trabalho, o amor, o sexo, a família, nos fazem acreditar que nos são oferecidos de acordo com nosso merecimento, ser bonita o bastante, ser obediente o bastante, respeitosa o bastante. O que somos nós, mulheres, se não nossas aparências em detrimento de migalhas de compaixão e amor?
Mulheres, precisamos nos amar. Precisamos nos tornar sujeitos da nossa própria narrativa. Precisamos nos dar amor e compaixão, e não mais implorar por eles. O caminho da auto aceitação é arduo e doloroso, nada assusta mais a sociedade do que seres pensantes, mulheres que determinam sua posição, não mais submissas, agora sim, livres. A liberdade de se amar e de ser, ser quem você quiser ser, ser mulher, ser feliz, ser você.
“A verdadeira questão não tem a ver com o fato de nós mulheres usarmos maquiagem ou não, ganharmos peso ou não, nos submetermos a cirurgias ou as evitarmos, transformarmos nosso corpo, rosto e roupas em obras de arte ou ignorarmos totalmente os enfeites. O verdadeiro problema é a nossa falta de opção.” Abordado na década de 90, por Naomi, o mito da beleza se reconstrói diariamente e cabe a nós, mulheres, tornarem suas diferentes belezas em mitos.