A cada dia que passo por aqui no Alemão, percebo que, além dos barracos furados de balas, existem locais que se destacam com a beleza do contraste do vermelho, amarelo, laranja e preto pintados em muros, fachadas e paredes em diversas partes da favela. Essa foi a iniciativa da Mariluce Mariá, mulher guerreira que, no olho do furacão, e ao lado de um grupo de também outras mulheres, meninas e adolescentes resistem para dar cor à vida de guerra sem precedentes que vivemos.
Elas vibram, se divertem e colecionam todos os dias novas histórias mesmo diante deste cenário triste e desafiador. São parte de uma ação bonita, que é o projeto Favela Art, cuja maior meta é bastante audaciosa: colorir toda a favela. O grande e principal foco de todas e todos que integram essa missão é o de levar cores aos lugares insólitos do morro. Hoje, já são mais de 30 espaços estampados com corações, barquinhos coloridos, mensagens de esperança e paz tão necessárias por aqui. Além de pintar os muros dos moradores e estabelecimentos do Alemão, Mariluce, que é a idealizadora desse projeto, também arrecada com a ajuda de outras mulheres materiais escolares para o período letivo e muitos brinquedos, que são distribuídos no Dia das Crianças e no Natal.
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, quero parabenizar a todas essas corajosas e poderosas meninas empoderadas, que nunca se intimidam ante as adversidades e vão a frente, sempre em prol de um lugar melhor e acreditando que é aqui que elas têm que frutificar.
Valeu, Mariluce, Aline, Roberta, Bia, Bilinha, Vitorinha, Cassiane, Dona Cleonice, Dona Rita, Dona Nevinha, Branquinha, Mineira, Letícia, Denize, Carla, Camila, Maria, Alessandra, Noemi, e tantas outras que fazem acontecer.
Sim, nós podemos.