Tentando fazer a difícil escolha de um tema que tenha repercutido bastante em todas as mídias, confesso, a dúvida era enorme, não deu pra decidir. Então, resolvi falar um pouquinho de alguns temas que estão sendo bem falados. Como quase todos eles estão no topo dos assuntos mais comentados no Twitter e em todas as redes sociais, pincelar um pouco cada um deles talvez fosse mais fácil.
Pensei em falar sobre a crise da água da CEDAE, que, aliás, todos nós sabemos, que há décadas a empresa está em total estado de decadência. Totalmente sucateada, não atende direito a população, prestando um serviço de péssima qualidade e cobrando um absurdo para servir uma água que nem os seus gestores querem consumir. Portanto, a crise não é da água, mas sim, da Companhia Estadual de Água e Esgoto, que é mal administrada há anos e anos.
Entra governo, sai governo, se repete o governo… e a empresa continua na mesma, sem nenhum investimento em busca de melhorias. O que estamos vendo e vivendo agora já era mais do que esperado. O Rio Guandu e seus afluentes não começaram a ser poluídos agora. O crescimento desordenado da população, misturado a sua má educação, já vem de longa data. Os contribuintes também têm suas parcelinhas de culpa ao transformarem os rios em verdadeiros lixões flutuantes e agora estão pagando essa conta gastando fortunas comprando água mineral, que por sinal, teve seu preço aumentado.
E você ainda acredita que é a água que está em crise? As empresas distribuidoras de água mineral estão indo muito bem, o produto está vendendo aos tubos, se tornou até item de cesta básica, mesmo com preços exorbitantes. Nunca se vendeu tanta água mineral no Rio de Janeiro, nem no alto verão. Só mesmo uma santa crise da CEDAE pra fazer o milagre de desencalhar as garrafas, garrafinhas, garrafões e copinhos de água mineral das prateleiras dos supermercados, lanchonetes, lojas de conveniências e farmácias.
Mas, vida que segue, mais um triste episódio para entrar para nossa história. E acredito que o Rio não se transformará em uma sucursal do Deserto do Saara, sobreviveremos a mais este caos criado pelos (des) governos do nosso estado.
Ainda falando em crise, temos as do ENEM e SISU, que estão deixando os estudantes completamente desolados. Meses de preparação para prestarem o exame, e depois de tanta ansiedade aguardando o resultado, verem a incompetência, má administração, a politicagem, a ignorância de um ministério jogando tudo pelo ralo. Verem o sonho de entrarem para uma faculdade pública, sendo ameaçado. Principalmente para os mais pobres, que driblaram e driblam todas as dificuldades para fazer as provas do ENEM e conseguir uma vaga na tão sonhada universidade e melhorar de vida.
Uma verdadeira desorganização. E o que estava sendo exaltado pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, como o melhor ENEM dos últimos tempos, se tomou um fiasco e um pesadelo para milhares de estudantes brasileiros.
Talvez, o erro não seja só na correção das provas e na divulgação das notas, mas, também, no ocupante do cargo, pois, uma pessoa que comete erros gritantes ao escrever, estar chefiando o Ministério da Educação é um erro gravíssimo. E não é só por esse motivo. Ele menospreza o ensino público, difama as universidades públicas com inverdades do tipo: plantação de maconha dentro dos campi universitários, e ainda diz que todas elas são uma balbúrdia. O que poderíamos esperar do melhor ENEM de todos os tempos, que ele fosse “impreCionante”? É, e está sendo, mesmo, bem de acordo com o português do Min. Weintraub e sendo viZualizado pelo povo nas redes sociais e telejornais todos os dias.
Mas, essa não é a única crise que se instalou no Ministério da Educação e Cultura (MEC). Não é só no ENEM e no SISU. A Cultura também passa por um desmonte. A área vem sofrendo ataques do governo bem antes da posse em 1° janeiro de 2019, e a degradação parece ser um plano muito bem arquitetado para que eles tenham total domínio do país. Um povo sem educação, sem cultura é bem mais fácil de ser doutrinado e controlado para satisfazer os interesses dos que ocupam o poder.
Mas, o governo Bolsonaro é a própria crise instalada no Brasil desde o seu início. É um entra e sai de ministros, presidentes de empresas e secretários fora do comum. E último secretário que saiu, não apagou a luz e ligou os refletores bem em cima de um tema que é tratado com uma certa discrição pelos ocupantes do Palácio do Planalto.
O agora o Ex-Secretário da Cultura Roberto Alvin criou mais uma crise no governo ao citar praticamente na íntegra, em um vídeo em sua rede social, o discurso de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler. Usando o português bem claro, Alvin “plagiou” o discurso de Goebbels deixando bem evidente as reais intenções desse governo. E ele não foi nem um pouco discreto, pois até o cenário foi montado igual ao usado pelo ministro nazista para discursar. O Ex-Secretário também não foi o primeiro e muito menos o único a citar frases nazistas. Jair Bolsonaro foi eleito usando o slogan “Brasil a cima de tudo e Deus a cima de todos”, uma frase bem nacionalista, assim como Adolf Hitler e seu partido nazista usavam.
Hitler também exaltava a Alemanha, os alemães e a religião cristã, e quem não concordasse com seu modo de governar era seu inimigo. Era contra e atacava a cultura, era totalmente intolerante com outras crenças, destilava ódio as minorias, manipulava as informações, atacava a imprensa, criticava os livros, tanto que mandou queimá-los, era totalmente nacionalista. São muitas as coincidências e não se resumem apenas ao discurso de Joseph Goebbels, plagiado por Roberto Alvin. Esse modelo de governo também é um plágio, diga-se de passagem.
E a crise na pasta da Cultura se deu após inúmeras manifestações de repúdio a fala do secretário, principalmente dos judeus que ajudaram eleger Bolsonaro e sentiram-se ofendidos com tal desfaçatez. Se Roberto Alvin tivesse sido mais discreto, não teria causado tanto rebuliço e seguiria tranquilamente no comando da Secretaria de Cultura. Não seria necessário a atriz Regina Duarte pensar em desfazer seu contrato vitalício com a Rede Globo para ir tapar buraco, deixando seus colegas de profissão indignados. Se o ex-secretário não tivesse sido tão “cara de pau”, pouparia o povo brasileiro de passar mais uma vergonha mundial, pelo governo que escolheu para ficar 4 anos à frente do país.
Como podemos ver, o (des)governo Bolsonaro é uma balbúrdia generalizada e planejada por ele e seus pares. Ninguém se entende, e o pior, brigam entre si, atrapalhando o desenvolvimento da nação.
Percebem o motivo da minha dúvida sobre qual tema falar? O Brasil é um celeiro de temas polêmicos, é um cada segundo. Quando estamos nos indignando ou nos surpreendendo, eles criam um outro para substituir. O trending topcs do Twitter está sempre oscilando com tantos assuntos que geram muita repercussão.
E falando em temas que repercutem muito, lembrei de um que não sai do topo da lista dos mais comentados, que é a crise na saúde pública do município do Rio. Já até falei sobre este assunto aqui, mas, é impossível não falar novamente, já que nada melhorou nos hospitais. Tudo continua na mesma, um caos generalizado desde o início da gestão do Prefeito Marcelo Crivella, que parece não se incomodar tanto. Para ele está tudo uma beleza, uma maravilha.
Seguindo em campanha para se reeleger, Crivella tenta maquiar e remendar o que já não dá mais para disfarçar. Os estragos são inúmeros, mas ele segue tranquilamente, como se estivesse tudo fluindo às mil maravilhas. O digníssimo Prefeito até tirou alguns minutinhos do seu tempo para inaugurar uma cadeira de dentista na Clínica da Família Sales Neto, no Rio Comprido, Zona Norte de Rio. Mesmo sabendo que não há medicamentos, poucos funcionários para prestar atendimento de qualidade à população, mas ele esteve lá para mais essa “benfeitoria” na tentava de conquistar eleitores e angariar votos.
Saúde no Brasil é um assunto que rende, e se for no município do Rio, então, é assunto pra mais de metro. Teria que tratar do tema em capítulos, um por semana, e mesmo assim, deixaríamos de falar sobre alguma coisa.
Foi difícil a decisão, tentei escolher temas que estão em debate no momento, outros nem tanto, mas não deixam de ser citados e debatidos e nunca saem dos noticiários. E sei que ainda faltou algo a ser tratado, mas como disse anteriormente, o Brasil é um celeiro de polêmicas.