Museu do Samba e UERJ abrem vagas para curso de capacitação de agentes culturais

Fachada Museu do Samba. (Foto Diego Mendes).

O Museu do Samba, em parceria com a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), promove a partir de julho um curso de capacitação para agentes culturais. Destinado a artistas, produtores e fazedores de cultura interessados em empreendedorismo e gestão cultural, o curso é gratuito e oferece 60 vagas. Com 40 horas de oficinas, aulas teóricas, atividades extraclasse e seminário final na área de economia criativa do samba e carnaval, a formação acontece entre 12 de julho e 25 de outubro, sempre às terças-feiras, no campus da UERJ, no Maracanã, Zona Norte do Rio. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no link https://linktr.ee/museusamba.

Os participantes terão aulas sobre elaboração de projetos, captação de recursos, gestão institucional, curadoria de eventos, comunicação e relações com a imprensa, branding, marketing cultural, gestão de pessoas, projeto artístico de carnaval e exposição carnavalesca. Na área teórica, serão abordados temas como ‘Herança Africana e Antirracismo’, ‘Museu, colonialismo e espaços de poder’, ‘Empoderamento Feminino Negro’ e ‘Entre a Universidade e as escolas de samba: consolidando epistemologias’.

Entre os professores e instrutores estão nomes como Átila Roque, diretor do escritório brasileiro da Ford Foundation, Milton Cunha, carnavalesco e apresentador, Mônica Lima, coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos(LEÁFRICA) do Instituto de História da UFRJ, Felipe Ferreira, criador do Centro de Referência do Carnaval da UERJ e jurado do Estandarte de Ouro, Marcelo Guedes, doutor em Administração e coordenador de graduação da ESPM/RJ, Gabriel Haddad e Leonardo Bora, carnavalescos da escola de samba Grande Rio (campeã do Carnaval 2022) e Nilcemar Nogueira, doutora em Psicologia Social pela UERJ e fundadora do Museu do Samba.

“Esta parceria com a UERJ é uma grande oportunidade de troca de experiências entre fazedores de cultura, produtores culturais, formuladores de conhecimento e a comunidade acadêmica. Com essa troca de experiências e reflexões, temos a intenção de contribuir para melhorar a gestão de projetos culturais e sociais, promovendo um impacto positivo junto ao seu público-alvo e democratizando o acesso às melhores práticas de produção cultural”, afirma Nilcemar Nogueira, idealizadora do projeto.

Em junho deste ano, Museu do Samba formou turma de produtores culturais de favelas e periferias

Em 25 de junho deste ano, o Museu do Samba realizou a formatura da turma do projeto Insurgentes – Tecendo Redes Culturais, que ao longo dos últimos 12 meses promoveu capacitação gratuita para artistas e agentes culturais de favelas e periferias cariocas. O programa foi composto por rodas de diálogos, aulas e oficinas sobre elaboração de projetos, leis de incentivo, técnicas de pitch e comunicação, entre outros. Foram selecionados, inicialmente, 50 representantes de projetos e coletivos de todas as regiões da cidade do Rio de Janeiro.

Oficina com agentes culturais no Museu do Samba
Oficina com agentes culturais no Museu do Samba. (Foto: Diego Mendes).

Em abril deste ano, os alunos apresentaram seus trabalhos finais no Museu do Samba e, em votação feita pelo próprio grupo, foram eleitos cinco vencedores. Do primeiro para o quinto colocado, foram contemplados os seguintes projetos:

  •  ‘Cesta íntima da mulher’, da atriz, cantora e dançarina Lu Fogaça, que prevê a realização de feira cultural com distribuição de absorventes e produtos de higiene para mulheres, incluindo as transgêneros;

  • ‘Brinquedos inclusivos e representativos’, da artesã Aleine Freitas, que propõe a criação de uma brinquedoteca em escolas públicas para turmas da alfabetização ao ensino médio, com um acervo de bonecos que retratam com deficiência física e doenças como vitiligo e alopecia, além de bonecas pretas;

  •  ‘Áudio Literário Fênix’, do rapper e ex-presidiário Sagat B, um evento com  batalha de MCs, show de rap, distribuição de livros e palestra de quem passou pelo sistema prisional e se recupero;

  • ‘Ações culturais tijucanas: o caxambu do Salgueiro’, de Marcelo Paz e Emerson Menezes, que representam 13 coletivos do Morro do Salgueiro, com o projeto de uma feira multicultural com oficina de canto e dança de caxambu,  exposição e venda de produtos das artesãs do morro,  degustação de ‘Kitutes de Kilombo’ (receitas com uso de plantas alimentícias não-convencionais) e sarau literário com obras de poetas e compositores da favela tijucana;

  • “Mostra Reels de Videodança”, da estudante e dançarina Tatiana Bernardo, evento cultural inclusivo que acontecerá exclusivamente na plataforma digital Reels, em vídeos de 30 a 59 segundos, com participação de artistas trans, pretos, com deficiência, e qualquer padrão corporal (de peso e estatura).

“Historicamente, as populações descendentes de negros escravizados ocuparam favelas e locais periféricos e ainda hoje o acesso a condições de vida mais dignas e à inserção econômica e social é um obstáculo permanente para elas. O nome Insurgentes surge justamente da necessidade de reverter este quadro histórico por meio de quem representa resistência e superação, os jovens que subvertem esta realidade com sua arte e talento. O compromisso social do Museu do Samba é valorizar essa luta, estender a mão para esses jovens e mostrar que não estão sós”, afirma Nilcemar Nogueira.

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