Primeiro projeto autoral do ator e performer nascido no Complexo do Alemão Maurício Lima, o Museu dos Meninos é uma obra transdisciplinar composta por uma série de ações nos campos do audiovisual, performance e artes visuais, que tem como principal ação um museu virtual com 30 depoimentos de jovens moradores do Complexo do Alemão.
Para o lançamento do site, marcado para 4 de agosto de 2021, foi criada uma sala de exposições virtuais para abrigar, temporariamente, trabalhos de artistas negres. A sala foi chamada de Sala de Exposições Seu Rodrigues, em homenagem ao importante fotógrafo do Complexo do Alemão que morreu ano passado vítima do covid-19.
Para a estreia, a sala abrigará a exposição da obra sonora “Sem Título Para uma Radiocoreografia” – criação inédita de Mauricio Lima, em parceria com o diretor e dramaturgo Fabiano Dadado de Freitas e do artista multimídia e rapper Novíssimo Edgar.
A obra sonora é uma continuidade da pesquisa desenvolvida para a criação do Museu dos Meninos e foi criada em co-produção com o Festival Panorama – Jangada. Esse experimento propõe uma experiência coreográfica através das palavras, do som e da música, investigando outros regimes de visibilidade para corpos e territórios historicamente invisibilizados.
“O museu que estamos criando é um museu vivo. Nesta reabertura do Museu dos Meninos, trazemos para o público novas coleção do acervo que construímos ao longo desses dois anos de atuação artística e política. O Museu sempre foi um espaço de fala coletiva, nesse relançamento damos um passo em direção a uma ampliação dessa coletividade com o lançamento da Sala de Exposição Seu Rodrigues, que homenageia um importante fotógrafo do Complexo do Alemão, que faleceu ano passado de covid-19. E se destina a receber futuras exposições de outros artistas no nosso museu virtual. Pra essa reabertura, expomos a obra sonora inédita que criamos em parceria com o Festival Panorama – destaca Mauricio Lima, idealizador do projeto”
A primeira versão do site, lançado em novembro de 2019, contou com um acervo de três coleções de vídeo-depoimentos realizadas com jovens homens negros, entre 15 e 29 anos, moradores das favelas que compõem o Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.
O novo site, além dos 30 vídeo-depoimentos onde esses jovens refletem sobre o passado, presente e o que é futuro para a juventude favelada, também disponibiliza em seu acervo a série Arqueologias do Futuro, visitas guiadas ao museu realizadas entre 2020 e 2021, com importantes personalidades negras,, dentre eles, Djamila Ribeiro, Joacine Katar Moreira, Erica Malunguinho, Naomie Pieter (Holanda), Arike Oke (Reino Unido), as visitas tiveram como parceiros o The Black Archives (Holanda) e comissionada pela fundação cultural holandesa Prince Claus Fund, na primeira temporada.
A segunda temporada, efetuada pela lei Aldir Blanc, foi realizada como programa educativo voltado para as escolas e instituições de ensino do estado do Rio de Janeiro. E contou com a participação de artistas, professores e pensadores fluminenses, como os produtores culturais e ativistas Paulo Mattos e Júlio Barroso; a educadora Tia Bete, da Oca dos Curumins; a Dra Jaqueline Gomes de Jesus, professora do IFRJ; os artistas Tatiana Henrique, Jessica Barbosa, Diogo Nascimento, Brainer Lua e Soninha Maracanã, as pesquisadoras do Cefet/RJ, Claudia Simone e Karen Pêgas.
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