Por Carlos Bruce Batista
E assim foi se me parece. Nome de livro.
Às vezes ficamos sentados em nossas casas pensando em o que poderíamos estar fazendo de útil para a humanidade.
Então neguinho pensa logo em criar uma ONG.
Particularmente não dou muito crédito a esses negócios chamados ONGS. O que eu sei é que poucas ONGs se tornaram muito prósperas a custa da caridade. Falando em caridade eu já escutei de um sábio que a caridade é boa só para quem faz.
Voltando as tais prósperas ONGS eu sempre vejo por aí anúncios delas na TV, entregando prêmios, com programas midíaticos, um verdadeiro show de busine$$.
Aí em seguida elas mostram suas sedes em locais pobres, miseráveis, de preferência com muitas mortes, muitas drogas, muitas armas e principalmente com muito sofrimento.
Bingo! Este é o cardápio que as multinacionais mais procuram para injetar dinheiros muito bem lavados de tão limpos e puros. Já era. Um novo e lucrativo negócio surge.
Basta cair nos tentáculos do capital estrangeiro para o poder público logo se posicionar… com mais dinheiro público e eletivo. Aí meu irmão é um tal de homenagens, documentários, campeonatos, parcerias e o negócio da transformação?
Longe disso. Alguns meninos saem do tráfico para tocarem tambor ou servem de exemplos para a grande imprensa do tal “resgate”. E aí? Agora pronto eles estão resgatados! Próximo…
O menino resgatado tocador de tambor agora é um cidadão. É isso mesmo cidadão. Antes ele era um menino ladrão. Enquanto ele manifestava seu ódio com a falta de oportunidades que a vida lhe oferecia ele era um menino ladrão. A câmera lhe flagrava com as vendas nos olhos vendendo maconha, portando fuzil, e o locutor alertava para infância perdida e a redução imediata da maioridade penal.
Agora não. Agora ele é um tocador de tambor e cidadão. Agora ele parece na TV, da entrevista para o programa da criança esperança, se bobear sua vida vira até um filme.
E os outros muitos meninos ladrões? Também tocarão tambores e aparecerão no programa do Faustão? Para estes a sorte do “resgate” não bateu na porta de seus plantões. Não lhes permitiram tempo ou escolha de mudança.
Mas as ONGs ajudam vocês sabiam? Olha só este menino no programa do Fantástico! Que vida sofrida que ele teve. Quem diria que um dia ele seria famoso né? Eu até me emociono.