Estamos a poucos dias do carnaval, uma data histórica e muito emblemática para a cidade do Rio de Janeiro. Recebemos muitos turistas, o fluxo financeiro aumenta, muitas famílias aproveitam para trabalhar nesse período e ganhar um dinheiro extra.
Mas, nesse momento, a impressão que tenho é que todos ficam anestesiados. Parece que todos os problemas desaparecem, as dores passam, um país das maravilhas emerge e todos, em êxtase, saem a pular e brincar o carnaval. Essa festa popular contagia a maioria da população nos quatro cantos do país. O protagonista é o Momo, o rei da folia, que dita as regras e manda em tudo, segundo a tradição.
Não sou contra essa grande festa, mas gostaria tanto de ver essas mesmas pessoas indo às ruas com a mesma empolgação e vigor para lutar em prol de seus próprios interesses. Meu desejo é que todos que deixam suas casas para pular carnaval nesses dias de alegria também fossem para as ruas revoltados com a corrupção que está acabando com todos nós.
Seria tão importante se todos tivessem a consciência que a energia gasta nesses quatro dias também seriam bem empregadas na luta contra as atrocidades que estão acontecendo contra a população. O carnaval tem, sim, que acontecer, mas seria tão bom se, na mesma medida, toda a energia da folia fosse gasta também na luta por direitos.
Eu quero lutar, e estou na luta. Que não deixemos nos abater depois da ressaca da quarta-feira de cinzas.