Quando pensamos na Parada do Orgulho LGBT do Rio, o histórico é extenso. São 22 anos de atividades.
Em 1993, nascia a marcha por Copacabana pelo basta ao estigma e o desrespeito por se assumir gay. Em 1994, 600 pessoas participam, na Praia do Flamengo, de ato pelo Dia do Orgulho – orgulho de não mais abaixar cabeça ou fingir ser o que não é. Não fugir.
Em 1995, a praia de Copacabana recebia a Primeira Parada do Orgulho LGBT, com 2 mil pessoas – 2 mil fantasias, cores e performances que traduziam o direito de existir e coexistir com a diferença. 21 anos depois, em 2016, um milhão de pessoas comparecem e já se posicionam para uma sociedade mais justa e solidária, que reconhece as diferenças de gênero e opção sexual.
Este ano, o prefeito Marcelo Crivella – que, em campanha, garantiu que a parada LGBT aconteceria na cidade – se recusou a apoiar o terceiro maior evento da cidade do Rio de Janeiro, que sempre contou com a parceria da Prefeitura para ser realizado. A movimentação da rede hoteleira e turística em geral não foi suficiente para convencer o atual gestor de que a Marcha é pela vida de tantas travestis que foram assassinadas. É por cada xingamento na rua para quem apenas ousa pôr o pé para fora de casa. São por cuspidas, pontapés e despejos, para as quais o governo sempre lavou as mãos. Agora, ele também inviabiliza o direito de construir mais um capítulo de resistência em tempos tão sombrios. Ativistas buscam agora reverter a situação através de uma petição on-line, que precisa atingir 20 mil assinaturas.
É inadmissível que uma cidade considerada gay friendly como o Rio continue marginalizando a parada LGBT. É preciso defender esse patrimônio legítimo carioca. Não se pode perder essa Parada. Nunca.