Ninguém sabe quem nomeou advogado de milicianos no Ministério da Saúde

Hardman defendeu um dos assassinos da juíza Patrícia Acioli - Foto da internet

O advogado Zoser Hardman de Araújo é um enigma dentro do Ministério da Saúde. Nomeado assessor do gabinete de Nelson Teich, continua no cargo com o general Eduardo Pazuello, de cuja caneta Bic brotaram nove nomeações de militares em um único dia desta semana. O mistério de Hardman é que ninguém assume a nomeação nem sabe quem a efetuou, embora haja uma suspeita no ar: o advogado é filiado ao PRTB do vice-presidente da república Hamilton Mourão.

O mais interessante na história é a folha corrida; ou melhor, o portfolio de clientes do criminalista: ele teve como clientes o vereador cassado Cristiano Girão, preso por envolvimento com milícia de Gardênia Azul e que perdeu o mandato quando foi defendido por Hardman.

O advogado também defendeu Ricardo Gildes, o Dentuço, braço direito do ex-PM Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, outro miliciano do Rio de Janeiro. Dentuço foi assassinado em 2014 por membros de outra milícia.​ Hardman também teve como cliente o ex-tenente da PM Daniel Benitez, condenado a 36 anos por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada como um dos mentores do assassinato da juíza Patrícia Acioli em 2011.

Zoser Hardman também foi um dos advogados do banqueiro Salvatore Cacciola, condenado por gestão fraudulenta e peculato em um dos maiores escândalos financeiros da história recente do país, no final do período Fernando Henrique Cardoso. Segundo as investigações seu banco Marka causou prejuízo de 1,5 bilhão de reais aos cofres públicos. Ele fugiu para a Itália, onde tem cidadania plena e não pode ser extraditado.