Diferentes escolas de samba do Rio de Janeiro apostaram em homenagear o Nordeste brasileiro neste carnaval de 2023. 

A Estácio de Sá, que desfilou no primeiro dia, sexta (17), no Grupo Ouro, homenageou as festividades de São João do estado do Maranhão. O enredo que canta “São João, São Luís, Maranhão! Acende a fogueira do meu coração!”, elaborado pelo carnavalesco Mauro Leite, faz referência a uma tradicional canção junina.

A Estácio retratou a diversidade cultural com trajes coloridos, que remetem ao bordado, presente no artesanato local e as indumentárias do São João de Bumba Meu Boi e Cacuriá, danças típicas maranhenses.

A embaixadora da escola foi uma maranhence, advogada, artista e influencer digital Thaynara OG. O governador do Maranhão e outras personalidades políticas estiveram presentes assistindo.

Padre Miguel 

Ainda no dia de abertura dos desfiles, a Unidos de Padre Miguel, ovacionada por gritos de “campeã” vindos da arquibancada, levou a influência árabe no Nordeste para a passarela. A arte nordestina também foi tema do enredo “Terra de Meu Céu, Estrelas de Meu Chão”, referência a Mestre Vitalino, importante músico e artesão, criador de obras feitas de barro, considerado um dos maiores nomes na arte popular brasileira.

Bahia é destaque

A Bahia está sendo apresentada através de várias agremiações. A Unidos da Tijuca representou, no domingo (19), a Bahia de Todos os Santos e suas águas, uma configuração geográfica única.

A região, em seus primórdios, era chamada pelo povo tupinambá de Kirimurê, que significa em português, grande mar interior. A comissão de frente homenageou Iemanjá com dupla de dançarinos para performar um samba de roda.

Também usou ao usar as luzes do próprio sambódromo como efeito especial para a apresentação. As alas e carros alegóricos contam a história do local, passando pela colonização portuguesa, a resistência das comunidades ribeirinhas e cultura carnavalesca baiana. A chegada dos povos africanos escravizados e o sincretismo religioso também foram narrados.

Mangueira

O legado africano no nordeste também foi tema da escola que fechou os desfiles de ontem, domingo (19). A Mangueira levou o samba-enredo ”As Áfricas que a Bahia canta”. A baiana Margareth Menezes, cantora, compositora e ministra da Cultura, gravou o samba enredo e desfilou em carro alegórico pela agremiação.

Os festejos baianos são retratados através do destaque no protagonismo feminino e do aspecto espiritual africano. A história negra baiana foi contada honrando orixás como Exu e Oxum, através das fantasias.

Beija-Flor  

Já neste segunda-feira (20), a Beija-Flor de Nilópolis trouxe o Nordeste para a avenida contando a história da luta do povo da Bahia pela Independência do Brasil com o samba-enredo “Brava gente! O Grito dos excluídos no bicentenário da Independência.”.

Em seu site oficial, o grupo Beija-Flor atenta para a centralidade do povo na luta histórica por independência. “Heroico é o povo que constrói a sua própria autonomia através da luta. Esta é a nossa história: nada nos foi dado; cada um dos nossos avanços foi obtido pelos nossos próprios esforços”.

São Paulo

São Paulo também não fica de fora nas homenagens ao Nordeste. A Nenê de Vila Matilde levou à avenida a história do “Faraó Bahia” no ultimo sábado (19), unindo cultura, música e religião afro- baiana na passarela.

Faraó é o primeiro samba-reggae brasileiro, com mais de 100 mil cópias vendidas, composto por Luciano Gomes e popularizado pela voz de Margareth Menezes e o som do Olodum.

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