Prestes a viver novos velhos tempos, a poucos dias das novas vozes e mãos assumirem o
poder, me pego pensando sobre como nós falhamos.
Reclamamos das bolhas alheias, mas será que não estivemos presos em nossas próprias
bolhas por todo esse tempo?
Pregamos os tempos das vozes ativas e dos braços que levantam bandeiras em repúdio à
um poder contrário ao povo, mas será que não desenvolvemos igualmente, uma geração
que pisa em ovos com medo de expor diálogos reais, maquiando narrativas apenas para
serem incluídos?
A bolha das redes próprias, das militâncias excludentes, da empatia apenas textual,do fora da caixa apenas se passar no filtro dos pensadores contemporâneos das grandes mídias.
Estamos participando de um movimento de pensantes que discutem a transformação em prol do bem comum ou de reprodutores de pensamentos alheios que sobem em palanques, vão para a redes mundiais e disparam suas verdades aparentemente absolutas?
Vão me dizer: Não culpe os seus. E eu responderei: Culpo também a mim.
Todo esse tempo, seguimos rasos demais. Tão rasos que passamos mais tempo buscando o ideal e sequer paramos para analisar que era preciso se aprofundar para articular.