O Novembro Negro foi uma criação das e dos ativistas no combate ao racismo e do movimento negro organizado, em que objetiva-se pautar a questão racial no Brasil, uma vez que foram exitosos os planos das elites dessa nação em propagar uma democracia racial, quando na verdade vivemos num país altamente racista.
O mito da democracia racial foi duramente combatido por Abdias Nascimento, um pensador negro que estudou como as classes dominantes brasileira no pós Abolição buscou não reparar econômica e socialmente a população negra posta como escrava, fazendo com que as negras e negros não tivessem sequer aonde morar.
Para que essa contradição não aparecesse, criou-se a ideia de um Brasil dos brasileiros, em que não existia diferenças raciais, e sim que todos conviviam harmonicamente, isto é, negros libertos e brancos ex-escravizadores tinham ótima convivência. Essa hipocrisia está para além das ideias, mas justifica o roubo histórico da população indígena e negra; os primeiros porque são os verdadeiros donos dessas terras; os segundo porque foram sequestrados de África e postos como escravos.
Não ter assegurado as condições mínimas de existência do povo que edificou o Brasil mostra como nossas elites são racistas, pois em contra partida muitos imigrantes europeus receberam terras e moradias para deslocarem para cá. O resultado vemos ainda hoje, a maioria da população pobre brasileira é negra, herança desse passado nefasto.
Por isso pautamos o novembro negro como forma de denunciar esse passado que nos prejudica ainda hoje, denunciamos o racismo e suas formas de exclusão da população negra das universidades, do legislativo, do judiciário etc.etc.etc. Queremos o que é nosso e uma coisa aprendemos: não nos darão nada, mas somos resistência e seremos vitoriosos.