Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que em 2016, 63% dos lares brasileiros, ou seja 44 milhões de famílias, tinham acesso à internet. Dentro desse contexto, 94% utilizavam o aparelho celular como meio de acesso à grande rede.
O celular e a internet não são só flores, como já é comum se dizer por aí. Da mesma forma que liga mundos e culturas diferentes, serve de instrumento para os desprovidos da boa fé. Governos, inclusive, se utilizam da internet para disseminarem notícias falsas, negarem a ciência e debocharem da morte.
As fake news ganharam protagonismo nas eleições presidenciais no Brasil em 2018. As mentiras disseminadas via disparos de whatsapp (tendo o celular como instrumento) levaram uma verdadeira boiada a seguir o caminho do matadouro. Hoje o Brasil sofre as consequências de um povo mal informado, que não tem o hábito da leitura ou da pesquisa, apenas segue comandos.
Assim, elevaram ao mais alto degrau do Palácio (me recuso a dizer da fama porque os artistas merecem respeito), um defensor da tortura e da ditadura. Seguem sendo enganados e dando risadas, como segue a boiada pelo pasto.
O celular no Brasil
Você sabia? Há 30 anos o telefone celular chegava ao Brasil. A primeira ligação utilizando um aparelho celular aconteceu no dia 30 de dezembro de 1990, no Rio de Janeiro, o que seria apenas o pontapé inicial para uma revolução ainda nem imaginada aos mais entusiastas do momento.
A princípio, foram habilitados apenas 700 aparelhos para atender a um público seleto e de uma classe social privilegiada. Os preços eram altíssimos e o filtro das operadoras tinham lá suas predileções.
Trazendo para a realidade da Paraíba, onde vivo, lembro muito bem que era preciso preencher uma ficha de intenção de compra junto à Telpa Celular (Telecomunicações da Paraíba S/A, que depois virou Telemar e que agora é a Oi).
Depois de muitos meses de espera o comprador recebia uma carta em seu endereço informando que foi um felizardo beneficiado e que deveria comparecer à Telpa Celular no dia e horário marcados – e ai dele se não pudesse ir naquele dia por algum motivo pessoal! – perderia a vez e seu número seria passado para outro sedento comprador à espera de um celular.
Para conseguir o número – ainda tenho o meu até hoje – era preciso adquirir um aparelho com uma bateria enorme acoplada ao equipamento e que você teria que colocar para carregar em uma base separada. O aparelho até que era chique porque tinha uma abertura tipo flip e puxava uma antena, ficávamos todos antenados, literalmente!
Com o passar do tempo, outros aparelhos bem menores foram surgindo no mercado e aquele inicial passou a ser chamado de “Tijolão”. Quem nunca teve um “tijolão” não vai saber alegria que era possuir um deles!
Aldeia tecnológica
Bem, essa história já está ficando comprida demais! A verdade é que o celular transformou radicalmente as nossas vidas, não só dos brasileiros, mas da humanidade. O que era apenas um aparelho para fazer e receber ligações, passou a ser câmera fotográfica, de vídeo, agenda pessoal, calendário, e mais adiante ainda, o impensável: a conexão universal através do celular.
Uma única rede mundial, a internet, chegou aos celulares. Com isso, você é capaz de ficar interligado de Puxinanã (interior da Paraíba) à Nova York, do Palácio da Redenção (sede oficial do Governo da Paraíba, em João Pessoa) à Casa Branca, em Washington (EUA), da Nova Zelândia a Pernambuco, do Rio de Janeiro ao Crato (no Ceará), entre tantas outras combinações possíveis, interligando culturas, fomentando diálogos e também expondo problemas.
Enfim, para o bem ou para o mal, o celular e a internet estão entre nós. Os limites foram quebrados, o mundo, finalmente é um só, ainda que seja virtual. E não adianta negar: se sua vacina não é a chinesa, seu celular, provavelmente é!
Vamos tomar um café?
*Este texto trata-se de uma opinião do autor.