Ser favelada é difícil para caramba. Se eu contasse aqui detalhe por detalhe a rotina de um morador de favela acho que daria 365 dias, ou seja, o ano todo.
Nós sofremos muito, sofremos com o sistema, pela sociedade, pela educação, por lutar por nossos direitos, pela saúde, pela nossa condição financeira, pelo o nosso padrão de beleza, por uma vaga de emprego, pela desigualdade social, pela nossa cor, pelo poder paralelo, pela operações policiais, por uma vaga com cota na faculdade e ,também, por não sabermos se voltamos vivos para casa depois do trabalho, do curso, escola e dos rolês.
Se cada morador de favela tivesse o mesmo propósito para mudar a nossa imagem e a imagem das nossas favelas, fazendo ações positivas e tendo união no seu território de origem, acho que a sociedade e o sistema dariam uma chance e olhariam para o morador de favela com outra visão. Porém, com tantas dificuldades que nós moradores de favelas sofremos no dia-dia, tivemos de aprender e hoje sabemos viver com muita resistência e com o sorriso no rosto.
“Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar.”