Plínio Salgado e seus inspiradores - Divulgação

Viralizou essa semana nas redes sociais bandeiras antifascistas, personalizadas com as páginas correspondentes ou profissões dos usuários. Mas você sabe o que é fascismo? Resumindo, o fascismo é uma expressão que foi cunhada pelo italiano Benito Mussolini (1883-1945), que criou em 1919 uma organização chamada Fasci Italiani di Combattimento. esse contexto, a partir da organização surgiu o Partido Nacional Fascista. O grande objetivo era tomar o poder da Itália tanto por via eleitoral quanto por meio de atos violentos contra opositores, o que lembra as manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro. O fascismo é um sistema político imperialista, antiburguês, autoritário, antiliberal e nacionalista. Fascistas são sempre de direita e elitizados, pois esses grupos são formados quando a segurança e a economia do o país estão ruindo.

Alguns pontos que o fascismo defende:

Estado Totalitário e o Totalitarismo: O estado controla todas as manifestações de vida individual e nacional, de forma autoritária e repressiva. O cidadão perde o direito da liberdade de expressão e também participação política.

Militarismo: Para grupos fascistas, a salvação está na organização militar, na luta e na guerra.

Hierarquização da sociedade: o fascismo preconiza uma visão do mundo segundo a qual cabe aos mais fortes, em nome da “vontade nacional”, conduzir o povo à segurança e prosperidade.

O fascismo se compromete a restaurar aquelas sociedades destruídas pela guerra prometendo riqueza, nação forte e sem partidos políticos com visões diferentes.

No Brasil, Plínio Salgado fundou a Ação Integralista Brasileira, que chegou a 600 mil seguidores. Ele foi escritor e colunista do jornal Correio Paulistano. Mas, desde cedo, queria seguir a carreira política e se elegeu deputado estadual em São Paulo pelo Partido Republicano Paulista. Plínio Salgado se familiarizou com a direita após passar um tempo na Itália e ver de perto o regime de Mussolini. No dia 7 de outubro de 1932, lançou o Manifesto de Outubro, contendo todos os princípios integralistas.

Qualquer semelhança com o fascismo não é mera coincidência. O contexto internacional do nazifascismo inspirou o integralismo não só nos ideais, mas também na simbologia do movimento. A saudação entre os integralistas era feita com a mão direita ao alto, bem no estilo nazista, com a diferença de que aqui a saudação era “Anauê”, que, em língua tupi, significa “Você é meu irmão”.

Em 1937, os integralistas apoiaram o golpe do Estado Novo, que decretou a ditadura de Getúlio Vargas, mas a recíproca não foi verdadeira e eles começaram a perder força, a Ação Integralista foi declarada ilegal. O integralismo praticamente acabou quando Vargas se aliou aos Aliados na guerra, sepultando os sonhos nazifascistas brasileiros de apoiar as forças do Eixo – Alemanha, Itália e Japão. A partir de 1945, com a vitória aliada na Segunda Guerra, a ideologia fascista perdeu de vez o fascínio sobre parte da população.

Em 1975, Plínio Salgado morreu, mas não seu grupo, e ainda hoje cono Frente Integralista Brasileira. O vídeo em resposta ao atentado do Porta dos Fundos na véspera de Natal do ano passado mostra que ainda existem outros integralistas espalhados pelo Brasil. No passado, alguns chegaram a se aproximar de grupos violentos, como os skinheads.

Apesar de não terem força política para formar um partido atualmente, o integralismo está inserido em um contexto de insurgência do neofascismo pelo mundo e contribui para o aumento do radicalismo político.