Quando o ex governador Sergio Cabral anunciou que a política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro iria mudar e que implantaria em comunidades e favelas do Rio de Janeiro as Unidades de Polícias Pacificadoras, muita gente festejou. Afinal, o programa que era “inspirado” num programa parecido que o governo da província de Medélin na Colômbia tinha implementado para combater e diminuir os casos de violência.
O povo brasileiro, vivia o sonho de finalmente entrarmos no primeiro mundo com a confirmação da realização dos chamados grandes eventos no país como a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Mas para que isso acontecesse, precisávamos resolver o problema da violência urbana no país e principalmente no Rio de Janeiro.
A primeira favela a receber uma Unidade do Polícia Pacificadora foi o Morro Dona Marta há exatos 10 anos atrás. Promessas que ações sociais e culturais, foram feitas, e apesar do esforço e da vontade de pessoas da própria PM, a iniciativa do Estado, se mostrou pífia e ineficiente. No ano seguinte mais 6 UPPs foram instaladas na cidade, numa expansão que só foi paralisada em 2014, ano em que as denúncias contra o ex governador vieram à tona. Ao todo foram criadas 38 UPPs na capital e no Grande Rio.
A imprensa hegemônica e alguns especialistas na área de segurança, elogiaram muito essa nova política de segurança, chegando inclusive a sugerir a candidatura de Sergio Cabral para a presidência da república.
Mas casos como o desaparecimento de Amarildo na favela da Rocinha, do dançarino DG no Cantagalo e outros atos de violência policial nas favelas ocupadas, levaram a opinião pública a reconsiderar a eficiência das UPPs.
Em favelas como o Complexo do Alemão e Providência, os festejados teleféricos (mais um símbolo do governo) começam a ser desativados por falta de verba e investimento no final de 2016. Começava ai o fim de uma era.
Desde a decretação da falência do estado do Rio de Janeiro, as unidades sofreram um corte drástico de pessoal e investimento, deixando o caminho livre para a volta das guerras entre facções em várias favelas ocupadas. A presença ostensiva da PM, não intimidava mais as quadrilhas e bondes de homens armados cruzavam (e cruzam) a cidade para tomada de territórios. Hoje na cidade, os principais confrontos entre facções rivais são em favelas “pacificadas”. Rocinha, Coroa, Cidade de Deus, Complexo da Maré, Santa Marta….
Com o anúncio da retiradas das unidades em diversas favelas (Inclusive a Cidade de Deus) feitos pelo porta voz da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro, finalmente as UPPs serão enterradas de uma vez por todas. Os governantes precisam entender que política de segurança não é só colocar policiamento ostensivo, e sim levar saneamento básico, educação, saúde e dignidade a essas pessoas de pessoas que vivem em comunidades.