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MC Leonardo ao lado de alunos e equipe da RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação (Foto: Patrick Granja)

 

MC Leonardo é o primeiro convidado do ciclo de palestras da RACC

“Universitários, se envolvam com seu objeto de pesquisa, mesmo que ele não seja um objeto, mas um ser humano”. MC Leonardo, primeiro convidado do ciclo de palestras da RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação, projeto da Agência de Notícias das Favelas que vai formar 25 novos repórteres correspondentes de comunidades do Rio de Janeiro, chegou “chegando”. O presidente da Associação dos Amigos e Profissionais do Funk – Apafunk deu uma aula sobre direitos, cultura brasileira, segurança pública e, claro, do funk.

Num papo reto, retíssimo, MC Leonardo falou aos jovens sobre o caldeirão de referências que remonta as origens do funk no cruzamento entre a música eletrônica do Kraftwerk, o eletrofunk de Afrika Bambaata e o Miami Bass dos imigrantes latinos da Flórida, bem como da fundação das primeiras favelas e sobre a matriz cultural africana e nordestina que deu origem ao movimento. “Quem mora na favela é herdeiro da África ou do Nordeste, filhos de dois maus negócios: a escravidão e a Guerra de Canudos. As favelas são consequências de guerras”, afirmou.

 

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MC Leonardo foi o primeiro palestrante convidado a falar para a turma da RACC (Foto: Patrick Granja)

 

Cadeia produtiva, educação e cultura também foram temas abordados durante a primeira palestra da RACC. “O funk é democrático e essa democracia fala nas suas letras. O artista só pode produzir comunicação em cima daquilo que vê e sente”, explicou MC Leonardo ao falar sobre a realidade da favela e o reflexo disso nas letras do ritmo mais controverso da cultura brasileira hoje. A censura ao funk e a perseguição ao movimento, que sofre com a repressão policial, foi um dos principais assuntos do bate-papo: “Há um tempo atrás, a gente conseguia circular e produzir na cidade. Nós não lutamos só pelo funk como cadeia econômica, mas pela coletividade. O funk trouxe o pertencimento da molecada à cidade”.

Simplesmente, um show.

 

 

Fotos: Patrick Granja