O impacto do auxílio emergencial sobre comunidades carentes

Muitos pensam que é favor do governo o auxílio emergencial - Foto ilustrativa

Quando a pandemia chegou, em março, para muita gente pareceu uma grande brincadeira de mau gosto, mas com o comércio fechado, transportes restritos e uma série de outros serviços interrompidos, ficou a dúvida: como será daqui pra frente? É a pergunta que se faz Laura Oliveira, de 55 anos, que mora com o filho único na localidade da Parmalat, no Complexo de Acari, na Zona Norte carioca.

Laura era cuidadora de idosos e ficou desempregada na pandemia. Hoje faz uns bicos dentro da comunidade: “Parece que a vida parou, porque eu estudo de noite também…e agora?” Ela não esperava pelo auxilio, pois “nada de bom vem do governo, ainda mais para os mais pobres”, mas foi graças a este reforço que conseguiu trocar o aparelho dentário, consertar a máquina de lavar ainda fazer pequenos reparos em casa. E ainda sobrou para alguma emergência, comprar o gás, por exemplo, ou reforçar a cesta básica.

Já para Barbara Carvalho, também moradora da Parmalat, de 37 anos, casada, mãe de 4 filhos, avó de um neto e dona de pequeno comércio local, o auxilio veio na hora certa. Diversos negócios como o seu tiveram que fechar ou simplesmente reduzir o horário de atendimento, mas mesmo com dificuldade ela conseguiu pagar dívidas e complementar a renda, que ficou reduzida.

Rosemildo Geraldo, de 31 anos, casado, tem uma filha, mora no Beco da Paz, outra localidade do Complexo de Acari, e é dono de um pequeno comércio na comunidade, mas também conserta celulares e faz serviços. Com vizinhos recebendo o auxílio e precisando de serviços que ele oferece, Rosemildo viu as coisas darem uma melhorada. Para ele o auxílio complementou a renda e manteve as contas em dia.

Uma situação mencionada por todos os entrevistados e que deve ser enfatizada é que foi triste ver que entre os que receberam o auxílio, muitos pareciam nunca ter visto dinheiro, pelo menos não na forma de auxílio emergencial. Há quem gaste bem e há quem desperdice, mas todos concordam que manter as medidas de higienização e afastamento social é necessário para enfrentamento à pandemia, e esperam por dias melhores.