Esse ano foi a estréia da Agência de Notícias das Favelas na Sapucaí. Digo isso, pois decidimos que iríamos, tal como toda imprensa nacional e internacional, fazer a cobertura da festa que é uma das maiores do mundo. Como estreantes, infelizmente não tínhamos uma equipe para trabalhar tal como os grandes veículos e sentimos a potência que cada um tem. Começamos a sentir de cara ao retirarmos nossa credencial, já que o número de crachás liberados para os “grandes” eram infinitamente maiores, claro. Serviu, óbvio, como um bom termômetro.
Na fila do credenciamento, conversei com um colega de um jornal impresso do sul do país, que, ao me identificar, me perguntou qual a relação do Carnaval com a favela. Confesso que pensei: “Podiam ter dado a credencial desse colega para um outro profissional da Agência de Notícias das Favelas, porque um jornalista que não sabe qual a relação do Carnaval com a favela, não sei o que veio fazer aqui!”
Bom, apesar da grande relação do Carnaval com a favela, também fica claro que a Sapucaí não é um local para o pobre, pois nem todos, ou grande maioria, não pode pagar os altos valores dos ingressos para verem os desfiles. Claro que muitos dos que estão desfilando são das favelas. Seria impossível citar uma escola que não leva entre seus componentes os moradores da Mangueira, Borel, Salgueiro, Mangueirinha, Lixão, Tuiuti, Macacos, enfim, de cada favela da Cidade Maravilhosa.
Os camarotes são luxuosos e muitos artistas são vistos circulando, além de autoridades. O gorvernador Sérgio Cabral estava lá e concedeu uma entrevista aos jornalistas, onde revelou em primeira mão que o QG da Polícia Militar se mudará, saindo da Rua Evaristo da Veiga para o local do atual Batalhão de Choque.
Hoje não vou comentar muito sobre a atuação das escolas de samba, já que elas ainda estão desfilando. As duas únicas observações é que os carros da Beija Flor estão muito bonitos e que, apesar da garra, é muito difícil a Renascer de jacarepaguá se manter no grupo especial.
Faço um destaque para a CEDAE, que distribuía água na concentração e na dispersão para os que estavam exaustos e com sede e também para o espaço reservado para cadeirantes, com trezentos lugares. Um excelente espetáculo muito lindo de se ver e inesquecível para quem desfila. Uma emoção incomparável!