Deu no Jornal O GLOBO EM 23 de fevereiro de 2011: “ O francês Djibril Cissé anunciou que deixará o Panathinaikos porque não aguenta mais o racismo das torcidas adversárias na Grécia. Você entendeu bem? No século XXI, um homem sofre perseguição pública por causa da cor da sua pele e não é o único: só para ficar nos mais famosos, Eto’o, Balotelli e Gilberto Silva já passaram por essa situação, apenas nesta temporada. Esqueça esse papo de que em campo vale tudo, que as rivalidades entre clubes são grandes e outras bobagens que tentam usar para atenuar o problema. Em vez de fugir do assunto, o esporte mais popular do mundo deveria dar o exemplo e combater de verdade esse e tantos outros males que nascem exclusivamente da intolerância. Mas até hoje só vemos discursos demagógicos, e nenhuma ação concreta para coibir esse comportamento. Até quando será assim”? Boa pergunta digo eu.

Quantas vezes já ouvimos falar sobre o assunto? Cascas de bananas são atiradas nos gramados, berros são ouvidos como: -macacos, gorilas e outros… Isto acontece em todos os estádios europeus. Parece que os jornalistas que escreveram  a matéria não conhecem o Brasil. Ainda ontem dia 22 de fevereiro por volta das 20:40 na avenida Marechal Rondon próximo a Escola de Samba da Mangueira, da qual sou compositor, fui abordado por policias numa blitz. Até aí tudo bem. Acontece que na minha frente havia dois homens brancos também em uma moto e não foram abordados. Vai aí então a pergunta que não quer calar: – qual o critério usado pelos policiais para aquela abordagem? Sem dúvidas alguma, a resposta é racismo! Por aqui, ser negro, pobre e favelado, tem que saber superar as barreiras do preconceito. Leonardo Boff já dizia: – os ppp – preto, pobre e puta, são sinais de sofrimento.

Para os brancos europeus um recado. Os primeiros marginais que chegaram aqui nas caravelas comandados por Cabral na invasão portuguesa nas terras Brasis em 1500, eram brancos. Fato relatado em carta por Pero Vaz de Caminha. Tem até nome – um dos degredados chamava-se Alfredo Ribeiro. Portanto, deixem os negros em paz. O que os negros precisam neste momento, é serem reparados daquela indenização que a Princesa Isabel “esqueceu” de assinar. Os judeus já receberam. A Alemanha chegou junto. E você Portugal, o que está esperando? Se morreu judeu no forno, morreu negro no porão! E aos jornalistas que ficaram estarrecidos, virem suas lentes para cá e se indignem também.

Rumba Gabriel

MPF – Movimento Popular de Favelas e ANF – Agência de Notícias das Favelas    

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Rumba Gabriel
Nome: Antonio Carlos Frerreira Gabriel nasc. em 03 .07 Carioca RJ Rumba Gabriel Rumba era meu pai, compositor e parceiro de Nelson Cavaquinho, Cartola entre outros, dançava muito e bastante boêmio. Todos tinham apelidos. Meu pai era rumba porque dançava muito gafieira, logo ganhou o seu. E eu herdei. Sou jornalista, teologo, compositor da Mangueira e presidente da Esc. Samba Jacarezinho, escritor e poeta. flamenguista e adora uma feijoada, quem quiser pode me convidar.