O racismo nosso de cada dia

Créditos: Reprodução da internet

O que você vai ler agora é um caso de racismo. Não é mais um caso porque racismo nunca vai ser banalizado a ponto de ser “só mais um”. O preconceito acontece todos os dias, o tempo todo e mesmo assim nada acontece com quem comete esse crime.

A história que vamos contar aconteceu no último domingo com Thiago de Paula, um jovem proveniente de uma favela do Rio que estava passeando no Carioca Shopping com quatro amigos – todos negros – artistas do passinho.

Os meninos resolveram comprar algo para jantar no supermercado Extra desse mesmo shopping e enquanto andavam pelo local escolhendo o que iam comprar, sentiram que estavam sendo seguidos, mas não queriam acreditar que isso estava acontecendo. Logo após o pagamento de suas compras, foram abordados por seguranças que afirmavam que um dos rapazes estava roubando chocolates do mercado. Eles negaram a acusação e pediram as filmagens que pautariam a abordagem que lhes foi feita.

Para a confirmação do absurdo do preconceito, os seguranças disseram que elas não estavam disponíveis. Um desses seguranças era negro e disse que, por isso, aquela abordagem não se configurava um ato racista. Absurdo, não!? Ser acusado de uma coisa que você não fez e não ter o direito de ver no que a acusação contra você se funda, mostra que a sociedade está ali para reprimir. E tudo isso por quê? Pela cor da sua pele.

Thiago optou por não prestar queixa contra o supermercado (porque não confia na justiça e porque o grupo que estava com ele no momento mora em Belo Horizonte). Por isso que ser da favela é muito mais que morar numa comunidade com condições mínimas de saneamento básico, iluminação e outros serviços públicos. É carregar a sua história como se fosse uma ferida aberta que a branquitude racista está aí para cutucar sempre que tiver chance.

Felizes aqueles que lutam para terem os direitos respeitados de acordo com o que assegura a constituição. Ser da favela é lutar uma luta que nunca acaba.

Thiago informou que os seguranças não chegaram a praticar agressão física contra o grupo, mas que, se tivessem acontecido algo do tipo faria um escândalo, já que é a única arma de quem sofre esse tipo de assédio moral. O rapaz acusado de roubar os chocolates foi revistado e não encontraram nada além do que foi pago.

A voz e a dança dos meninos levarão onde quiserem, pois não vai ser um homem de preto que vai tirar a força do preto que tem orgulho de ser quem é. Para acesso a mais histórias como essa, olhe para o mundo a sua volta.