Do Preto e do povo negro só se espera violência!
É comum que a sociedade, influenciada por estruturas de poder, espere do homem negro uma resposta à altura, muitas vezes de forma violenta, como maneira de reafirmar sua suposta superioridade e controle sobre esses grupos.
No entanto, essa expectativa é injusta e desumana, pois coloca a responsabilidade da mudança e da resistência nas mãos de quem já sofre diariamente com a violência e a discriminação.
É fundamental romper com esse ciclo de violência e medo, é de extrema importância romper a bolha do descaso, que subjulga o potencial ancestral, enquanto estratégia no reconhecimento e combate das estruturas de poder que perpetuam a discriminação,a violência e a desigualdade.
A sociedade Brasileira constituída, sobre bases e ordens, tidas como “verdades absolutas”, incontestáveis, herdadas, perpetuadas e impostas pela estúpida branquitude e seus métodos de torturas, segue forçando e subordinando seres humanos, negros e indigenas, massacrando seus corpos e mentes, sumetendo – os a condições sub-humanas, de maneira que os algozes utilizando-se da perversidade, crueldade e humilhações , norteiam a relaçao sutentada pela estrutura racista, em condições e indignas, mas precisavamente, como alvos.
É desse lugar da diáspora negra, que estremece a herança da dor pela condição de termos sido sequestrados, torturados e escravizados.
A violência e o medo impostos a nós povos étnico-raciais são reflexos de um sistema estrutural de desigualdade e injustiça, que coloca esses grupos em situações de vulnerabilidade e marginalização.Uma sociedade que se baseia na violência e no medo como forma de controle social e que acaba perpetuando um ciclo de opressão e discriminação, especialmente em relação às comunidades negras.
São estes povos e territórios que mais sofrem com o racismo estrutural e a injustiça socioambiental, associadas a tantas outras violações e abusos promovida cotidianamente pelos herdeiros das oligarquias brancas e seus tentáculos, tendo como práticas as inúmeras violências que empreendem como forma de controle e dominação social ampliando o campo de desigualdades, numa realidade de encarceramento, genocídio, negação de direitos, com ausência ou condições precárias na aplicação dos serviços de esgotamento sanitário, acesso a água potável, saúde, educação lazer.
Não bastasse a precarização total da realidade e potencial de vida criativa, para cada rosto negro há várias armas apontadas, silenciando as vozes e exterminando sonhos.
Mas há quem diga que dá resistência e resiliência, comunidades e territórios, movidos pela ancestralidade e força das mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras, agricultoras, LGBTQIAPN+, impulsionadoras, pela sapiência e força motriz, carregadas de esperanças, acolhimentos, resiliência, resistência e amor incodicional, expurgam a verdade, colocando à tona as sujeiras da classe dita dominante, formada por brancos, fanáticos, retrógrados, cujas as máscaras desmoronam por terra, cada dia, como uma terra em cura.
Mesmo estando ainda longe da realidade desejada, usufruirmos das poucas benesses, obtidas como resultado das lutas travadas pelas garantias de direitos, mas seguimos em marchas, na luta, ecoando gritos de liberdade, numa perspectiva de sociedade Brasileira, onde possamos ser respeitados pela identidade cultural e nenhuma vida seja ceifada pela brutalidade e violência policial.
Onde nosso povo não sejam mais herdeiros das injustiças históricas da sociedade brasileira e suas estruturas racistas, que só esperam de nós homens negros a violencia, que desde sempre nos foi apresentada nas falas, olhares, gestos, ações e impedimentos.
Portanto, não aceitarmos ser os herdeiros da agonia, por não estamos dispostos a continuarmos como a escória, na exclusão, estamos no fronte, em busca da transformação da realidade, impactando, por um país justo e solidário, onde todos sejamos protagonistas da ainda utópica Democracia.
Colaboração de: Teresinha Filha.