Eduardo Paes, candidato do DEM para Governador do Rio de Janeiro, recebeu 19,56% dos votos válidos no estado no dia 7 de outubro. Durante o período eleitoral do primeiro turno, era divulgado como favorito nas pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha e Ibope. Porém, foi o candidato Wilson Witzel, do PSC, quem largou na frente da disputa: com 41,28% dos votos, o candidato surpreendeu a campanha de Paes e revelou um oponente diferente a ser superado.
Sob as frases “O Rio pede Paes” e “Com a força que Rio precisa”, a campanha do DEM foi estruturada. Contando com anos de carreira política pelo Rio de Janeiro, Eduardo Paes tenta, pela segunda vez, ocupar o cargo de Governador. Sua primeira candidatura, em 2006, pelo PSDB, não ultrapassou a chapa de Sérgio Cabral, a quem se aliou nesse mesmo mandato. Seu primeiro cargo governamental foi em 1993, em que trabalhou no governo municipal de César Maia como subprefeito da Barra e Jacarepaguá, após completar sua formação em Direito na PUC – Rio. Em 1996, elegeu-se vereador da cidade com mais de 80.000 votos nominais. Já em 1998, tornou-se deputado federal do estado, sendo reeleito em 2002.
Após a tentativa ao governo do estado, Paes lançou sua candidatura à Prefeitura em 2008. Dessa vez, eleito pelo PMDB, disputou o segundo turno com Fernando Gabeira em uma disputa acirrada. Após esse mandato, foi reeleito já no primeiro turno.
Doze anos após sua primeira candidatura ao Estado, Eduardo Paes apresenta uma nova imagem. Suas ações como prefeito do Rio durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 deixaram um legado proveitoso, a que sua publicidade política frequentemente faz referência. É preciso lembrar que, devido a esses eventos, o Rio de Janeiro tornou-se foco não só do país, mas do mundo. O recebimento de investimentos foi grandioso: segundo o Decisão Rio, estudo expedido pelo Instituto FIRJAN que monitora os investimentos no Rio de Janeiro, foram anunciados 108 empreendimentos no período, que totalizaram investimentos de R$ 235,6 bilhões, dentre privados, públicos, nacionais e estrangeiros. Além disso, cerca de 4,1 bilhões foram gastos pelos mais de 1 milhão de turistas que visitaram o país nesse período, de acordo com a Riotur. Dessa forma, a maré esteve favorável para o crescimento da infraestrutura e da economia da cidade durante seu último mandato.
Com os objetivos centrais de resolver a crise financeira do Rio de Janeiro, reduzir a violência nas ruas, gerar novos postos de trabalho e recuperar os serviços públicos essenciais, o plano de governo de Eduardo Paes se desenvolve. Sua diretriz para segurança baseia-se no maior patrulhamento, no auxílio de monitoramento digital e reforça a presença das Forças Armadas no estado. Já sua política educacional pretende colocar o Rio entre os três estados com os melhores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Brasil, investindo no ensino integral conectado às tecnologias, e valorizando o corpo docente estadual. Na saúde, pretende levar UPAs e Clínicas da Família aos locais mais necessitados, além de criar o programa “Cegonha Fluminense”, a fim de melhorar a rede de cuidados materno-infantil.
Se o Rio terá Paes ou não, só se saberá no dia 28. Entretanto, é certo que, qualquer seja o resultado, há muitos desafios a serem superados no Rio de Janeiro. Espera-se que, com transparência e ética, o novo gestor trilhe um caminho para superar a crise e providencie melhores condições de vida aos fluminenses.