Ação da PM hoje, 27, no Complexo do Alemão. na Zona Norte do Rio de Janeiro, interrompeu ajuda humanitária a moradores necessitados, que não puderam sequer buscar doações fora de suas casas. Procurada sobre a operação, a Polícia Militar informou que “policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, estavam em deslocamento pela localidade conhecida como Largo do Índio quando se depararam com criminosos armados que atiraram contra os militares, gerando confronto”.
Ainda de acordo com a PM, em outro ponto do Complexo do Alemão, “criminosos estavam efetuando disparos em direção a uma base avançada da UPP Fazendinha e o policiamento precisou ser reforçado, o os PMs entraram em confronto com os criminosos. Até o momento, não há registros sobre feridos, presos ou apreensões. Ocorrência sendo registrada na 44ªDP”.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil no estado do Rio, não tem cabimento promover ações policiais que ameacem a população desarmada. André Barros, vice-presidente da Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sócio-Popular, lembra uma máxima do direito que diz que é preferível um culpado solto a dez inocentes atrás das grades. Por analogia, seria preferível a Polícia Militar suspender ações de rotina durante o período em que a população está de quarentena a trocar tiros com bandidos, arriscando a vida de pessoas desarmadas e indefesas.
“A guerra que a polícia mantém é uma farsa, não se justifica nem em tempos normais, quanto mais agora”, reclama o advogado, para quem se o estado quisesse combater o tráfico de drogas não focaria as favelas, mas toda a cidade, sobretudo onde estão os grandes traficantes.
“Só combatem o comércio dos pobres, não o comércio dos ricos. Essas operações são absurdas porque não respeitam as pessoas que não estão nesta guerra e são vítimas inocentes”, concluiu.