Encontro promovido pela Organização político profissional de mulheres negras periféricas e feministas antirracistas, acontecerá no Museu de Arte Moderna da Bahia, Avenida Lafayete Coutinho s/n, Comércio, nesta terça-feira (10), às 19h, em Salvador.
O debate é sobre Mulheres Negras Nordestinas: enfrentando à violência política de gênero e raça.
O projeto de intercâmbio entre mulheres nordestinas tem como objetivo ampliar a discussão sobre as dinâmicas da violência política de gênero e raça e as estratégias de enfrentamento que as mulheres negras nordestinas desenvolvem em vários âmbitos do universo político.
O debate “MULHERES NEGRAS NORDESTINAS: enfrentando a violência política de gênero e raça” contará com as presenças da Deputada Olívia Santana, da co-vereadora Laina Crisóstomo, a advogada Maíra Vida, e a ativista Keit Lima.
O encontro fortalece a articulação da rede, além de combater as violências que tem sido freqüente. Recentemente o assassinato brutal de Mãe Bernadete Pacífico, acendeu um alerta para esse tipo de violência, vale salientar que se completaram 2 mil dias da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
Além disso, o relatório da Anistia Internacional divulgado em março deste ano, aponta que o Brasil se encontra na quarta posição, de 156 países, que mais mata defensores de direitos humanos e do meio ambiente.
Marília Gomes, co-fundadora do Observatório Feminista do Nordeste, explica: “Estes debates ainda se fazem extremamente necessários, pois embora estejamos num governo progressista na presidência, ainda vivenciamos em outras esferas, principalmente do legislativo, diversas situações de violência política contra as mulheres e ameaças a manutenção das mulheres em espaços de poder e decisão”
Em agosto de 2021, foi sancionada a Lei 14.192/2021 que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. Entretanto, o Observatório afirma que há ainda muita dificuldade por parte da sociedade em identificar e, sobretudo denunciar esses casos. Seja por dificuldade de provar devido às sutilezas de algumas dessas violências ou por descrença no sistema de justiça.
Outro desafio é a ausência de uma plataforma unificada que acolha esses casos, denuncie e realize o devido encaminhamento para os órgãos competentes e faça o acompanhamento dessas mulheres que foram vítimas de violência, garantindo sua integridade física e psicológica.
O encontro é uma realização do Observatório Feminista do Nordeste, em parceria coma Renfa, iniciativa Negra, IPAC e apoio do Fundo Elas.