A Oficina das Guardiãs e Guardiões sobre a Atualização da Estratégia e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade, aconteceu entre os dias 10 e 13 de junho, com a participação de diversos representantes de Povos e Comunidades Tradicionais e da Agricultura Familiar do Brasil. Com 23 metas do novo Marco Global Kunming Montreal da Biodiversidade a oficina debateu diversas questões dos territórios tradicionais, tendo como principal objetivo: que até 2030 o Brasil cumpra até 30% das metas colocadas no acordo internacional.

Estratégia e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB), tem como propósito adequar as linhas estabelecidas pelo novo Marco Global de Kunming Montreal para a Biodiversidade à realidade brasileira.

A oficina foi realizada pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit -GIZ- GmbH (Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional) juntamente com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

As 23 metas foram subdivididas em eixos temáticos.

O Marco Global foi aprovado em dezembro de 2022, durante a 15° Conferência das Partes (COP-15), da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) e estabeleceu 23 metas para o período de 2023 a 2030 e objetivos de longo prazo até 2050.

No Brasil, esse processo é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e vem sendo desenvolvido de forma participativa, através de Oficinas que buscam colher as contribuições de vários setores (governamental, empresarial e acadêmico), sendo que a escuta das Guardiãs e Guardiões da Biodiversidade sobre a atualização da EPANB será feita em duas etapas.

A primeira é essa oficina, que discutiu o desenho das metas nacionais de biodiversidade a partir da perspectiva dos Povos, e a segunda, será durante uma Oficina Nacional Intersetorial, que terá representantes de todos os setores envolvidos nessa construção, e terá como objetivo finalizar a proposta participativa para a EPANB.

Posteriormente, ainda ocorrerão oficinas regionais para informar sobre esse processo e debater como os Povos podem contribuir para a implementação da EPANB e se capacitar sobre os processos e a participação na Convenção sobre a Diversidade Biológica.

As Guardiãs e Guardiões da Biodiversidade têm alertado sobre o custo da ideia de crescimento infinito, sobre os limites da compreensão de natureza como mero recurso e sobre o colapso ambiental e civilizatório que nos aguarda na encruzilhada, se não assumirmos o compromisso de tomar outros rumos.

A Oficina das Guardiãs e Guardiões da Biodiversidade é uma chamada para esta reflexão, ao discutir as possíveis pontes entre as grandes discussões globais da governança da biodiversidade e seus impactos sobre o Brasil, sobre os nossos espaços concretos e sobre as múltiplas vidas que neles habitam.

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Doté Olissassì
Graduado em Pedagogia, Pós-graduado em Gestão Pública Ambiental, Roteirista, Produtor Cultural, Comunicador e Consultor de Projetos. Autoridade Tradicional (Doté) da Fraternidade de Matriz Africana S'aganmà Zùn, Povo Tradicional de Matriz Africana Jeje Mahi. Coordenador Geral do escritório da Associação Mundial Naziafah no Brasil, Coordenador Nacional de Articulação Política do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana - FONSANPOTMA, Coordenador de Comunicação da Teia Nacional Legislativa em defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, Dirigente do Núcleo Nacional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana do Partido dos Trabalhadores, Conselheiro Fiscal da Cooperativa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana - COOPTMA, membro do Movimento Negro Unificado - MNU-RN, Coordenador Estadual do Setorial de Segurança Alimentar do PT-RN, Conselheiro Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Meio Ambiente, Conselheiro Nacional de Igualdade Racial do Ministério da Igualdade Racial, Consultor de Projetos da Associação Multicultural Azumatar, Consultor Pedagógico da Antropos Consultoria Socioambiental, um dos autores do Livro Negritude Potiguar e Colaborador da Agência de Notícias das Favelas - ANF.