Desde o início de setembro, manchas de óleo de origem desconhecida mancham as mais paradisíacas praias do Nordeste, região mais pobre do país, que depende muito do turismo. Os primeiros focos foram encontrados no litoral de Pernambuco.
Com a chegada do óleo a Salvador, no dia 11 de outubro, todas as oito capitais costeiras da região registraram a presença do óleo. O único estado que ficou de fora foi o Piauí, porque a capital, Teresina, não é litorânea, mas os quatro municípios localizados na costa tiveram registros do material.
O Nordeste é a região mais pobre do Brasil. Três dos seus estados, Piauí, Maranhão e Paraíba, respectivamente, registram as maiores taxas de pobreza extrema do país, com renda inferior a R$ 140 mensais.
Em contrapartida, a região tem as mais belas praias do Brasil, culinária peculiar e uma extensa costa litorânea, fazendo com que seja também a região que mais atrai turistas em viagens nacionais.
Segundo dados do Ministério do Turismo divulgados este ano, três das suas capitais: Fortaleza (CE), Maceió (AL) e Natal (RN) lideram o ranking entre as 10 mais procuradas pelos visitantes. A Bahia aparece em 6º com Porto Seguro e em 9º com a capital, Salvador.
O turismo da região poderá ser totalmente comprometido caso não encontrem a origem e solução imediatas para o problema do óleo, que, segundo especialistas, é uma espécie de petróleo cru que já atingiu mais de 2000 km quilômetros da Costa litorânea. Os danos podem ser irreversíveis.
Análise de pesquisadores da UFBA (Universidade Federal da Bahia) corroborou a análise do governo Federal apontando que óleo que atinge litoral do NE é produzido na Venezuela. O governo Venezuelano, por sua vez, nega.
Ainda não há informações, no entanto, de quanto tempo o resíduo está no mar, nem se é proveniente de um navio ou não. O óleo já atingiu mais de 156 praias de 71 municípios nordestinos. Foi registrada, por um radar europeu, uma extensa mancha de 21 km quadrados em direção a Bahia, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) descartou que a mancha esteja indo em direção à costa e disse que podem ser apenas nuvens escuras.
Ainda assim, na sexta-feira (11), o órgão acionou, em caráter de urgência, o plano emergencial para evitar que o petróleo atinja a Baía de Todos os Santos, maior Baía tropical do mundo, nos próximos dias.
O plano emergencial da Baía de Todos os Santos é o único existente em toda área atingida, mas permitirá a adoção de medidas para tentar minimizar o impacto do óleo em um dos lugares mais bonitos da Bahia e do mundo.
Já se sabe que o material pode causar diversos problemas de saúde que vão desde alergias respiratórias e cutâneas, até problemas renais. Por isso, a recomendação dos especialistas é para que as pessoas evitem as praias e os alimentos do mar, mariscos e pescados.
Com isso, o Procon-SP, vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, divulgou nota afirmando que “é direito do consumidor cancelar ou remarcar, sem multa, passagens, pacotes de viagens e serviços de hospedagem para as praias do Nordeste afetadas pela mancha de óleo”, ou seja, todas ou quase todas.
Segundo o presidente da Petrobrás, Roberto Castelo Branco, “pelo volume de petróleo coletado em praias do Nordeste, de mais de 500 barris, algo extraordinário aconteceu na costa brasileira, maior do que a simples lavagem de um tanque de algum navio, conforme alguns chegaram a especular sobre a origem da mancha de óleo”.
Entre as dúvidas, está se o derramamento foi acidental ou criminoso e quantas décadas serão necessárias para que a região consiga se recuperar, se é que os danos podem ser reversíveis.
O ecossistema da Costa do nordeste é frágil, com manguezais, enseadas rochosas e recifes de coral. A região possui uma biodiversidade excepcional, mas locais desertos e de difícil acesso e manguezais nos quais é muito difícil remover o óleo.
A poluição também é um problema sério para a vida selvagem, especialmente as tartarugas, que não podem voltar à superfície. Mais de 800 filhotes de tartarugas marinhas deixaram de ser lançadas ao mar pelo Projeto Tamar. O coordenador do Projeto Tamar, César Coelho, disse que esse número se refere às tartarugas que conseguiram capturar, mas outras, foram para o mar.
O impacto econômico e social é considerável, porque o Nordeste é muito dependente do turismo. As comunidades de pesca já contabilizam prejuízos e algumas regiões, como Praia do Forte, uma das visitadas do Litoral norte baiano, já sentem redução no número de visitantes.
Em Salvador, região metropolitana e Litoral Norte, os cidadãos estão fazendo uma grande mobilização para que a população se una aos órgãos públicos para remover o óleo das praias. As áreas mais atingindas estão entre Lauro de Freitas e Camaçari, municípios vizinhos da capital.
Ao povo nordestino, essa gente genuinamente feliz e dotada de tanta fé, resta ajudar como pode, seguindo as recomendações necessárias, e orar para que a origem e solução da poluição sejam encontradas brevemente.
Todos os cidadãos estão sendo convocados para ajudar na limpeza do óleo que atingiu a costa!! Todo reforço é necessário e não se pode esperar.
ATENÇÃO:
❗Não tocar no óleo
❗Usar luvas e/ou coletar com pá/rastelo/palitinho de churrasco
❗De preferência usar sapato fechado
❗Não colocar em sacos plásticos fechados, só se for pouca quantidade, pois o óleo libera um gás que não deve ser confinado
❗Armazenar em recipiente aberto, de preferência balde ou tonel
Confira recomendações da Prefeitura de Salvador, válida pra todos os locais, além do telefone de emergência na capital baiana.
Manchas de óleo na praia?
_*Saiba o que fazer*_👇
1) Evite ir à praia, nadar ou praticar esportes aquáticos nas regiões afetadas; 🚫🏊🏽♀🏄🏾♂🤽🏽♀
2) Se encontrar algum animal ferido ou em contato com óleo, ligue para *Polícia Ambiental (190)* ou *Guarda Civil Municipal (3202-5312)*; 📞🐟🐳
3) Agentes de limpeza da Prefeitura estão de plantão 24h em todas as praias de Salvador. *Disque 156* para acionar o serviço. 📞🆘
4) Em caso de reação alérgica ao toque ou ingestão do óleo, procure uma unidade básica de saúde; 🏥👩🏽⚕👨🏽⚕
