O diretor-executivo da Organização Mundial de Saúde, Michael Ryan, criticou duramente os países que permitem aglomerações e não adotam medidas para conter a expansão do coronavírus. Chamou de “séria cegueira” a postura dos governos, mas não mencionou nenhum país m especial. Brasil e Estados Unidos são os únicos entre os dez mais afetados pela pandemia que não adotaram restrições em nível nacional. Segundo o Imperial College de Londres, os dois estão com taxa de transmissão acima de um, que indica que a pandemia está fora de controle. A taxa abaixo de um significa que uma pessoa contaminada contamina outra, enquanto com taxas superiores cada infectado contamina mais de uma pessoa.
Ryan classificou como um erro grave a crença de que a maioria das pessoas não mostra sintomas e que “o vírus vai passar sozinho”. “A ideia de que podemos deixar mais gente ter contato com a doença é uma aritmética brutal, que não põe a vida e o sofrimento das pessoas no centro da equação”, afirmou.
Segundo ele, não implementar medidas de distanciamento acreditando que, mesmo que os mais vulneráveis morram, a população ficará imune é “um cálculo realmente perigoso”. As pesquisas estão mostrando que a proporção de pessoas que já tiveram contato com o vírus é muito menor que a que se espera, afirmou o diretor da OMS.
(Com informações da Folha de S. Paulo, em Bruxelas)