O negócio é que quarentena pra informalidade não existe, por isso, bares, mercadinhos e comércios em geral nas favelas continuam a mil. Pessoas saem pra trabalhar como podem e precisam, a vida continua. Uma caixa de minimercado na Vila dos Pinheiros, que não quis se identificar, está indo trabalhar com máscara e luvas, por medo de contrair o Covid19.
“Preciso trabalhar, mas não quero me arriscar. Tenho filhos e tenho que sustentá-los e cuidar também da saúde deles”, disse.
Foi pensando nisso tudo, que as coletivas da Maré estão fazendo trabalho voluntário de conscientização nas ruas. Em especial os coletivos Redes da Maré, Maré Vive e Maré 0800.
Claudia Rose, historiadora e coordenadora do Museu da Maré, e Gisele Martins, escritora de comunicadora comunitária, estão à frente do projeto de conscientização com carros de som, faixas em lugares públicos, cartazes em estabelecimentos, que passam informações essenciais pro moradores, como ficar em casa e fazer a higiene recomendada pelos especialistas de saúde.
Também estão indo com voluntários conversar com líderes religiosos para consciencização pra que não haja aglomerações nos cultos.
Colocaram à disposição uma vaquinha online pra doações e assim distribuir cestas básicas pra pessoas que já estão passando por extrema necessidade. As informações estão nas plataformas online do Maré 0800 e Maré Vive, onde elas também disponibilizam materiais de divulgação para serem compartilhados.
*Vila dos Pinheiro é uma das comunidades do Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.