ONG disponibiliza testes de Covid-19 para moradores de favelas de São Paulo

Fila da triagem na sede da Cufa Vila Remo - Foto: Reinaldo Verissimo

Moradores de Vila Remo, zona sul de São Paulo, e de comunidades próximas, como Jardim São Luís e Jardim Ângela, tiveram a oportunidade de fazer o teste de Covid-19 e receber orientações por parte da equipe médica no último domingo, 20.

A testagem dos moradores das favelas de São Paulo está sendo realizada desde 1º de agosto, por meio das filiais da Cufa. Já receberam a iniciativa as favelas do Parque Santo Antônio, Brasilândia, Paraisópolis, Heliópolis e São Bernardo do Campo.

Segundo a líder da Cufa Vila Remo, Andressa Andrade, 150 pessoas foram atendidas com horário agendado para não gerar aglomeração. “É importante que tenha essa testagem gratuita, um exame desse custa muito caro, quase 200 reais. Então, para uma pessoa que está na favela, que perdeu seu emprego ou apenas recebe um auxílio, é extremamente difícil. Ou ela paga aluguel ou ela compra algo pra comer. Não tem condições de fazer esse teste”, relata.

Ângela Conceição, de 61 anos, moradora da Vila Remo, corrobora com a opinião de Andressa, sendo uma das primeiras a chegar para fazer o teste. “Fiquei sabendo da testagem pelo meu sobrinho. Ele me perguntou se eu queria testar e avisou que tinha uma moça passando na rua, cadastrando nomes. É a primeira vez que faço o teste. Eu não soube de teste por parte da prefeitura. Gostei de poder testar aqui, mas seria melhor se em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) a pessoa pudesse testar”, comentou.

Ângela Conceição durante a triagem – Foto: Reinaldo Verissimo

Sob o mesmo ponto de vista, o morador do Jardim São Luís, César Oliveira da Silva, de 31 anos, afirma ser sua primeira testagem. “Fiquei sabendo do evento pela agente de saúde. Não fiquei sabendo de testagem pela prefeitura, tampouco da vacinação da tríplice viral”. Do mesmo modo, Custódio de Souza, de 50 anos, não soube de testes realizados pela prefeitura e diz que anseia por uma vacina. “Seria bom se fosse uma vacina brasileira, né? Mas se ela estiver sendo testada em massa, tomarei sim”, diz.

Sobre a ausência de testes para a população, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo foi contatada, mas não deu resposta até a conclusão desta matéria.

Esta matéria foi produzida com apoio do Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo do Google News Initiative.

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