Andando pelo Rio de Janeiro, você já esbarrou com alguma tenda oferecendo o serviço de testes de HIV? Esses pontos estão distribuídos pelo centro do Rio de Janeiro e fazem parte da ONG Pela Vida que oferece exames gratuitos do vírus HIV. Conversamos com Ana Victória sobre o trabalho que desenvolve na ONG. Ela é estudante de licenciatura em educação do campo na UFRRJ e mora no alojamento da universidade. Em um momento de crise financeira procurou o projeto para se tonar bolsista, através de um amigo do alojamento que já atuava há um tempo. Desde então, se estabilizou no projeto e pretende continuar com o trabalho. Ela vê como algo positivo para a sua futura carreira de professora todo o conhecimento que adquiriu em seu trabalho.
Ela comentou sobre a importância de se aprofundar nos assuntos de saúde sexual. Diversas vezes as pessoas que os membros da ONG abordam, independente de idade, não sabem sobre métodos preventivos, como o PREP, por exemplo, que é oferecido em parceria com a Fio Cruz, à pessoas trabalhadoras do sexo e os chamados HSH, homens [cis] que tem relações sexuais com outros homens [cis]. Ela só teve a oportunidade de conhecimento sobre os assuntos aos 22 anos, apesar de ser algo gratuito e oferecido não apenas pela Fio Cruz, mas também pelo SUS através das clínicas da família. Ela nos conta que sabia apenas das questões mais conhecidas como a pílula do dia seguinte. “Depois que eu comecei a trabalhar com isso eu tive um conhecimento maior na área da saúde sexual, agora quando tem um debate eu já falo da PREP, da PEP (uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis), já indico onde pode prevenir, onde conseguir.
Na ONG os colaboradores recebem treinamento de comunicação com as pessoas, pois por mais que existam as demandas espontâneas, geralmente os testes são feitos para quem é abordado por eles. Muitos se assustam quando se fala de HIV ou saúde sexual por conta do conservadorismo e os colaboradores precisam estabelecer uma conversa cuidadosa: primeiro quebrar o gelo e depois explicar do que se trata. No começo as pessoas não conhecem os termos, as siglas, mas após a explicação se sentem confortáveis com o assunto.
Predominantemente são pessoas LGBT+ que fazem esse trabalho e Ana Victoria como uma pessoa trans, nos conta que aprendeu a lidar com as pessoas. Muitas não esperam ser abordadas por uma mulher trans. Primeiro se tem que da as explicações relacionadas à Ana, depois sobre o trabalho da ONG.
A ONG tem outros projetos como o da PREP, vinculado a Fico Cruz , o Viva Melhor Sabendo (O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde) e também participa gratuitamente de eventos nos finais de semana interessados em se ter uma tenda de testagem. As parcerias são feitas de forma gratuita, é antes de tudo um trabalho voluntario, de uma organização sem fins lucrativos.
E para finalizar, deixamos uma dica de leitura. “Ás vezes” é um livro de literatura, onde acompanhamos a história de um personagem soropositivo. O livro foi escrito por Marlon Souza, um escritor da baixada fluminense, que atua no Litera Caxias, um movimento pela literatura acessível.
Serviço:
A sede da ONG Pela Vida fica na Avenida Rio Branco, nº 135, no 7º andar, no centro do Rio de Janeiro.
Atendimentos: 3ª a 6ª – 14h às 19h
Tels: 2518-3993 / 2518-1997
E-mail Pela Vidda: gpvrj@pelavidda.org.br
Disque AIDS virtual: disqueaids@pelavidda.org.br