No dia 29 de agosto, Dia da Visibilidade Lésbica, acontece a segunda edição do Mostra Corpos Visíveis, protagonizado por produção feminina, e que desde a primeira edição, tem como premissa debater feminismo e diversidade. O evento, desta vez online, destaca e reflete sobre a presença de mulheres nas artes, do backstage ao palco. A exibição da nova edição vai acontecer no canal do Youtube da ColetivA DELAS, a partir das 19h.
A 2ª Edição da Mostra de Multilinguagens Corpos Visíveis: Arte e Diversidade, reunirá artistas da música, da performance e do teatro, por meio de shows, projeções ao vivo, clipes, videoarte e performances teatrais, além de depoimentos das artistas e equipe composta majoritariamente por mulheres e LGBTQIA+ acerca dos debates de gênero e diversidade sexual.
Online e gratuita, a Corpos Visíveis apresentará uma curadoria diversa, com grandes nomes femininos da música que vão do rap ao tecnobrega, tais como: Mahmundi, cantora, compositora, produtora musical e instrumentista, que teve seu disco indicado ao Grammy Latino de 2019 e venceu na categorias de produtora musical do prêmio WME; Camila Guiaz, artista pop, transexual, com vasto material autoral, experimentando diferentes estilos como MPB, pop rock, rap e reggae; Keila, cantora compositora e dançarina, uma das principais representantes do Tecnobrega Paraense no Brasil e Lourena, jovem carioca de família baiana que interpretou sucessos que estouraram como “ Dizeres” com o rapper Sant.
Mais que um evento pontual
Idealizada por Karla Suarez, Karina de Abreu e Sophia Prado, Diretoras da ColetivA DELAS, a Mostra Corpos Visíveis nasceu da criação coletiva e colaborativa com o intuito de promover a empatia, a sustentabilidade, a acessibilidade e a arte como ferramenta central para a administração das dores e a preservação dos direitos e da vida das mulheres e LGBTQIA+.
A Corpos Visíveis é uma mostra sobre feminismo, transgeneridade e diversidade sexual, que visa combater o machismo e a LGBTfobia através do arte. Realizada pela ColetivA DELAS em parceria com produtores culturais e coletivos LGBTIs , periféricos e feministas. A ColetivA é um hub criativo que atua desde 2016 produzindo experiência, conteúdos digitais e audiovisuais para impactar mulheres e LGBTIA+. Muito mais que um festival, a Corpos busca ser um ponto de diálogo e conexão entre as vozes e rostos criativos do país, unindo suas raízes em um projeto que amplia a visibilidade da mulher e LGBTIA+ frente a produção cultural onde mulheres são protagonistas.
Censura na primeira edição
A primeira edição ocorreu em junho de 2018 e reuniu mais de 2 mil pessoas, entre o Parque Madureira e a Fundição Progresso e contou com grande mobilização social e artística tornando-se mais do que um evento ou um projeto pontual. Desde o evento, o coletivo de artistas e produtores envolvidos em sua realização, foi convidado a participar de diversas atividades, além de ter sido tema de artigos e outros trabalhos acadêmicos.
Na sua primeira edição o evento sofreu censura do ex-prefeito Marcelo Crivella. Na ocasião, ele publicou um vídeo em seu perfil no Facebook em que afirmou que, na administração dele, “nenhum espetáculo, nenhuma exposição vai ofender a religião das pessoas”. A peça “O Evangelho Segundo Jesus, rainha do Céu”, da dramaturga britânica Jo Clifford e com direção de Natalia Mallo, apresenta Cristo interpretado pela atriz Renata Carvalho, que é transexual. A exibição, transferida para a Fundição Progresso devido à censura, reuniu centenas de espectadores.Três anos depois do sucesso da primeira edição, a Corpos Visíveis está de volta. A segunda edição da Mostra foi contemplada na Lei Aldir Blanc, a partir do edital “Retomada Cultural RJ” – Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
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