ONU pede atenção a portador de HIV-AIDS

Winnie Byanyima, ativista ugandense à frente da UNAIDS - Foto AP, tirada d internet

A pandemia do coronavírus tem preocupado pessoas que vivem com o vírus do HIV/AIDS, que de acordo com a Organização das Nações Unidas somam 37,9 milhões de pessoas no mundo – todas com o sistema imunológico mais frágil e por isto risco maior de contaminação.

Há pouco foi publicado um artigo em que a diretora-executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Winnie Byanyima, trata do assunto:

“É importante ressaltar que atualmente não há fortes evidências de que as pessoas que vivem com HIV correm um risco especialmente maior de contrair o COVID-19 ou que, se o fizerem, terão consequências mais graves”. Além disso, ela recomenda que medidas de prevenção sejam tomadas por todos, para minimizar a exposição e prevenir a propagação do vírus.

A diretora da ONU explica que a pandemia de COVID-19 coloca luz sobre as respostas internacionais e nacionais às emergências de saúde — expondo lacunas em nossos sistemas, “mostrando nossos pontos fortes e valendo-se da valiosa experiência de resposta a outras ameaças à saúde, como o HIV”.

Como na população em geral, pessoas idosas vivendo com HIV ou pessoas vivendo com HIV com problemas cardíacos ou pulmonares podem estar em maior risco de contrair o vírus e de sofrer sintomas mais graves.

“Como para a população em geral, as pessoas que vivem com HIV devem tomar todas as medidas preventivas recomendadas para minimizar a exposição e prevenir a infecção”, ela comenta em seu artigo.

Quando o surto de COVID-19 começou na China, o UNAIDS realizou uma pesquisa com pessoas vivendo com HIV para ouvir suas necessidades. Um estudo de acompanhamento mostrou que algumas pessoas vivendo com HIV enfrentam dificuldades para obter os medicamentos de que precisa, o que está gerando ansiedade.

Em resposta, o programa das Nações Unidas vem monitorando de perto, em conjunto com seus parceiros, as cadeias de suprimentos globais, “para garantir que os insumos médicos essenciais continuem a chegar às pessoas que precisam deles e que as interrupções na fabricação de ingredientes farmacêuticos ativos sejam reduzidas ao mínimo”.

No momento, ressalta a médica, “é urgente que os países implementem integralmente as diretrizes atuais de tratamento para o HIV da Organização Mundial da Saúde e ofereçam a medicação para vários meses, garantindo que a maioria das pessoas que vivem com HIV três meses ou mais de seus medicamentos”.

Winnie Byanyima conclui que “mortes causadas pelo surto de COVID-19 são trágicas e meus pensamentos estão com suas famílias e entes queridos. Mas, se formos inteligentes, a comunidade internacional e os países usarão essa experiência para fortalecer ainda mais os sistemas de monitoramento e fazer investimentos adequados em infraestrutura de saúde, tanto em nível global quanto nacional”.