Uma carta com centenas de assinaturas nacionais, endereçada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aos governantes eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (presidente) e Jerônimo Rodrigues (governador da Bahia), questiona qual o espaço nos governos petistas para o projeto político representado pela socióloga baiana Vilma Reis.
candidata a Deputada Federal nas Eleições 2022 pelo Partido dos Trabalhadores, tendo sido a mais votada em Salvador (mais de 35 mil votos) e uma das principais mobilizadoras da campanha petista em todo estado da Bahia.
O documento é assinado por militantes, intelectuais, artistas e personalidades políticas como a deputada federal carioca Benedita da Silva; o economista Hélio Santos, a socióloga Sueli Carneiro; as educadoras e ativistas pelos direitos das
populações negras, Zélia Amador de Deus, de Belém do Pará e Ana Célia da Silva, da Bahia; a historiadora Wania Sant’anna, ex-secretária de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro; a psicóloga Maria Aparecida da Silva Bento (Cida Bento), colunista da Folha de São Paulo; o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, entre outros nomes.
Dentre as organizações nacionais que apoiam o movimento estão: o Instituto Brasileiro da Diversidade, a Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro, a Rede de Defensoras Negras por Direitos, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, a Associação Protetora dos Desvalidos, a CIPÓ – Comunicação Interativa, os Agentes de Pastoral Negros do Brasil, a Associação Baiana dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Mercado Informal, e a Casa das Pretas do Rio de Janeiro. Até o momento mais de 50 organizações de diversas partes do
Brasil, incluindo a Bahia, assinam a carta-manifesto.
O documento destaca a trajetória de Vilma Reis, com mais de 30 anos dedicados à militância no movimento negro e no movimento de mulheres negras, sendo filiada ao PT desde 2007. Vilma Reis ocupou o cargo de presidente do
Conselho Estadual de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia, de Coordenadora Geral do Instituto Ceafro (ICEAFRO) e de Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, por dois mandatos (2015-2019), assumindo a presidência do Conselho Nacional de Ouvidorias das Defensorias Públicas no Brasil, atuando para a democratização do acesso à Justiça.
O documento relembra o movimento Agora é Ela, lançado em 2019, pela Coletiva Mahin, da qual Vilma Reis é uma das fundadoras, e pelo Fórum Marielles, que ocupou o espaço central da cena política de Salvador, reverberando um debate nacional sobre a necessidade de pessoas negras ocuparem os espaços de poder e decisão na política.
O movimento teve como foco a pré-candidatura de Vilma Reis à prefeitura de Salvador, nas eleições de 2020.
Dois anos depois do lançamento do Agora é Ela, a socióloga e ativista pelos direitos humanos, retorna à disputa política na Eleições 2022 com o slogan “Agora é a Nossa Vez” e o compromisso “Para Mudar a Fotografia do Poder”, na campanha para deputada federal. Em cinco meses de pré-campanha e campanha, Vilma Reis despertou a esperança de muitos baianos e baianas que passaram a se ver representados na estética, nos discursos e na prática da candidata.
O resultado foi a expressiva votação de Vilma Reis, que recebeu 60.949 votos em 90% dos municípios baianos e em todos os 27 territórios da Bahia. Diante desta trajetória, os apoiadores concluem que Vilma Reis está preparada politicamente e capacitada tecnicamente para ocupar espaço no governo, representando um projeto político com bases populares, democráticas, negras e de Esquerda.
A carta segue ganhando adesão de diversas organizações e ativistas, e deve ser entregue ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao futuro governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues ainda nesta semana.
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